Notas de mercado da Itália

A Fiorentina presta atenção em Montolivo, provável grande negociação no verão europeu, mas não só. Frey e Mutu são dois medalhões que estão de saída. Mutu, por causa de um passado conturbado e Frey por causa da descoberta de Boruc  e da aposta em Neto. Mas principalmente do salário dos dois – €8 milhões, somados. O clube pretende manter somente Jovetic entre os superpagos e apostar em jovens promessas e jogadores que cheguem a custo zero. Emanuelson, se triocar Milão por Florença, se encaixa na lista.

– O furor que causou a notícia de que Ganso está acertado com o Milan era esperada pela comitiva que negocia o atleta. Não é verdade que o negócio esteja fechado, mas a balbúrdia serve para por pressão. Andres Sanches está mais do que conivente com a história (até porque ele sabe que não será mais cartola depois de dezembro, quando tentará ser presidente da liga pirata patrocinada por CBF e Globo). O esquema é o seguinte: ou o Santos aceita €25 milhas e se livra de ver Ganso por seis meses no Corinthians ou o time do Parque São Jorge terá Ganso até janeiro, comprando-o com dinheiro bancado pelo Milan, via DIS. O Milan prefere fazer a transação sem a ponte porque o acréscimo no custo seria de cerca de €5 milhões extras (que, claro, ninguém sabe direito para onde esse dinheiro iria – certamente não para o Corinthians nem para o Santos). Sim, a notícia foi plantada pela entourage de Ganso (nada a ver com Marcelo Teixeira como pensa o presidente Luis Alvaro – pelo menos não diretamente) para pressionar o Peixe.

– O Genoa deve ter outro mercado frisante em junho, mas com menos entradas e saídas. Boateng será do Milan (desde que o Milan honre a contratação de Amelia, cerca de €2.5 milhões), mas Papasthatopoulos e mais alguns jovens serão mantidos pelo Genoa (provavelmente, também o serraleonense Strasser e os italianos Zigoni e Paloschi). O grande ponto de interrogação no Genoa é no banco: Davide Ballardini é visivelmente o nome errado para levar o Genoa a um lugar estável na zona de classificação europeia.

– A Udinese é o time italiano que mais pode faturar no mercado de junho. Deve receber uma rescisão pela saída de Francesco Guidolin, caso esse saia para a Juventus. Além de Sanchez, Inler, Zapata, Benatia, Armero e Isla também têm propostas (ou terão antes de junho), sendo que juntos, poderiam render quase €50 mi ao clube. Seguindo o pêndulo de contratações friulano, a próxima temporada deve ser num nível mais modesto (usualmente a Udinese vai muito bem e acaba vendendo seus melhores jogadores, fazendo um ano bom e outro não).

– A Lazio é o time com o mercado mais indefinido entre os primeiros colocados do italiano. Hernanes só sai por um valor acima de €35 milhões; André Dias negocia a renovação por mais três anos (o clube quer dar mais dois), enquanto Muslera dá sinais de que não vai querer renovar. Marek Cech é uma possibilidade mais que concreta para a faixa esquerda, órfã desde a saída de Kolarov e Taarabt, eterna promessa marroquina, foi oferecido ao clube. Uma outra ideia seria a chegada de Amauri, que dificilmente retornará como protagonista à Juventus.

 

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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