Fator Flamengo

Ontem, quando Jobson marcou o terceiro gol do Botafogo, a vizinhança que não torcia para o São Paulo ou que torcia para o Flamengo foi à janela para gritar e comemorar a derrocada tricolor. E era justo. Num Maracanã lotado, sem chuva e com um clima aceitável (e não o forno das 17h), não dava para imaginar que o rubronegro não conseguisse superar o pior time do returno. Só que não conseguiu. Sem tirar os méritos do Goiás, o empate foi todo (ou quase) responsabilidade do Fator Flamengo – a incapacidade do clube, torcida e imprensa de lidar com a pressão que coloca sobre si mesmo. Se, ao invés de conjecturar sobre onde levaria o time – líder – para se concentrar nesta semana, se não encanasse em planos para a Libertadores, se não deixasse seus jogadores em polvorosa com um título dado como certo, teria mais tempo e foco para superar o Goiás. Sorte do São Paulo.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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