Na última quarta-feira, PSV Eindhoven e Atlético de Madrid protagonizaram o único 0x0, dos jogos de ida válidos pelas oitavas de final da Champions League.
A partida foi bastante defensiva da parte de ambas as equipes. Embora dotado de um elenco inferior, o PSV pode se classificar com um empate com gols, no jogo de volta em Madrid (Espanha).
PSV Eindhoven
Ostentando camisa um pouco mais pesada que a do Atlético, o PSV campeão da CL 1987/1988, já foi além das expectativas retornando a um mata-mata de CL. O técnico e ex-volante Phillip Cocu ordena um desenho tático tipicamente holandês, com o time disposto em 4-3-3.
Dada a consciente fragilidade técnica do plantel, que visa revelar atletas para serem negociados assim possibilitando que o clube feche o caixa, Cocu propôs um jogo defensivo mesmo atuando nos seus domínios da Phillips Arena (Eindhoven/Holanda). A formação inical teve Zoet, Arias, Bruma, Moreno e Willems. Van Ginkel, Guardado e Propper. Pereiro, Locadia e Narsingh.
O jovem volante Marco Van Ginkel (ex-Chelsea, Milan) é o principal articulador de jogadas de criação, cumprindo a função de low playmaker, postado à frente da defesa. Já o meio-campista mexicano Andrés Guardado é jogador de maior movimentação. O PSV mostrou um jogo coletivo voluntarioso, sobretudo após a expulsão do meia Pereiro, na metade do segundo tempo.
A ausência do atacante Luuk De Jong, suíço naturalizado holandês, enfatizou ainda mais o jogo defensivo do PSV, uma vez que a equipe não estava dispondo do seu principal atleta de área. Na segunda etapa, Cocu colocou o belga Lestiene (no lugar de Locadia), aberto pela direita no intuito de cruzar bolas na área adversária. A ideia porém, só teria êxito com De Jong em campo.
A versatilidade é uma característica chave dos atletas holandeses, onde atacantes que atuam pelos lados, não tem problema algum em atuarem como laterais, auxiliando na marcação. Quando perde a posse de bola, o 4-3-3 do PSV pode se tornar um 4-5-1 convencional, uma vez que os wingers se aglutinam aos três meio-campistas.
Atlético de Madrid
No que diz respeito à escalação inicial do Atlético contra o PSV, o treinador Diego Simeone contrariou expectativas criadas por ele mesmo, na coletiva pré-jogo proferida na véspera. “Cholo” não confirmou titularidade de Óliver Torres e deu a entender que poderia sair jogando com Augusto Fernández, que mal se recuperou de uma lesão.
O Atlético teve Oblak, Juanfran, Savić, Godín e Filipe Luís. Gabi, Saúl Ñiguéz, Koke, Óliver Torres e Luciano Vietto. Griezmann. O desenho tático representava uma variável entre o 4-2-3-1/4-1-4-1, similar ao módulo utilizado pelo alemão FC Bayern. No caso do “Atléti”, Saúl pode se desprender deixando apenas Gabi fixo à frente da linha defensiva.
Saúl se aglutina aos 3 meias ofensivos (Koke/Óliver/Vietto), possibilitando o 4-1-4-1. Ao fim da primeira etapa, Saúl era o atleta colchonero que havia percorrido mais distancias (quase 7 km). Sem Yannick Carrasco se recuperando de lesão, Simeone lançou Luciano Vietto na extremidade esquerda da linha dos 3 meias.
Vietto é atacante de origem, habituado a jogar em transição pelo lado do campo. Centralizado na linha dos 3 meias ofensivos, o jovem Óliver Torres foi escalado devido à sua qualidade técnica e possibilidade de retenção de posse de bola, nas ocasiões em que o “Atleti” recuperava a bola. A ideia inicial era entregar a bola ao adversário.
Entretanto, Óliver chamou a atenção os narradores e comentaristas brasileiros, devido a maturidade numa partida de mata-mata de CL, tendo o jogador apenas 21 anos. Vale ressaltar que Óliver esteve emprestado ao lusitano FC Porto na última temporada, e eliminado nas quartas de final da última edição da CL. O meia espanhol jogou as 10 partidas disputadas pelos dragões no torneio continental.
Apesar dos módulos táticos similares, a diferença do Atlético para o super-ofensivo FC Bayern, é o fato do time colchonero jogar de forma defensivista extrema. Sem a posse de bola, Simeone ordena um sistema de marcação praticamente “homem a homem”. Um mesmo desenho tático pode ser usado de formas extremamente distintas.
O Atlético chegou a anotar um gol em lance de bola parada no segundo tempo, lance porém anulado pelo árbitro. Godín desviou a bola de cabeça para o gol adversário, mas apoiou-se indevidamente sobre o marcador.
Atlético de Madrid x PSV Eindhoven farão a partida de volta válida pelas oitavas de final da Champions League, no dia 15 de março.
Imagem de Óliver Torres (a esquerda) e Locadia: AFP – Getty