Champions League: Juventus 2×2 FC Bayern – o duelo tático.

Na última terça-feira, o alemão FC Bayern empatou em 2×2 com a italiana Juventus em Turim (Itália), na partida de ida válida pelas oitavas de final da Champions League.

Apesar da reação titânica do time bianconero, o Bayern ainda é favorito para avançar às quartas de final. Os bávaros se classificam se empatarem sem gols ou em 1×1.

FC Bayern

O time pentacampeão da CL convive com turbulências internas, ao passo que no aspecto técnico/tático, o plantel talvez seja até mais qualificado do que aquele que foi eliminado pelo Barcelona, nas semifinais da última edição do torneio. Naquela ocasião Arjen Robben por exemplo, se via indisponível por lesão. O Bayern também ainda não contava com o volante chileno Arturo Vidal.

Contra a Juve, Guardiola propôs um módulo 4-2-3-1/4-1-4-1 com Neuer, Lahm, Kimmich, Alaba e Bernat. Vidal, Thiago Alcântara, Robben, Müller e Douglas Costa. Lewandowski. O problema bávaro foi em relação ao miolo de zaga, com a dupla Kimmich/Alaba praticamente improvisada.

A variação do 4-2-3-1 para o 4-1-4-1 se dava com o hispano-brasileiro Thiago Alcântara postado ao lado de Vidal, mas podendo se sobressair e se aglutinar à linha de 3 meias ofensivos (Robben/Müller/Costa). Algo que possibilitava uma chegada em até cinco homens invadindo a área bianconera, nos contra-ataques.

Como citado, os gols italianos talvez não saíssem tão facilmente se Guardiola tivesse disponível Boateng ou Benatia, zagueiros centrais de fato e titulares, no setor ocupado pela dupla Kimmich/Alaba. Recém recuperado de lesão, Benatia até entrou em campo na segunda etapa.

Em contraparte, Guardiola prima por usar volantes ou laterais improvisados na zaga, deste a época do Barcelona. O expediente tem suas contra-indicações.

Juventus

O técnico da Juve Massimiliano Allegri bem que tentou propor um “ferrolho”, posicionando a equipe num 4-4-2 convencional. O módulo tático da Juventus vinha funcionando bem em 3-5-2, descartado devido a lesão do defensor Giorgio Chiellini, indisponível no confronto de terça.

Sem Chiellini já a algum tempo, Allegri deu titularidade ao meia colombiano Juan Cuadrado, numa proposta até ousada para padrões italianos. Sem seu terceiro zagueiro de área, Allegri faz com que os laterais (Lichtsteiner/Evra) recuassem, compondo uma linha de quatro defensores (com Bonucci/Barzagli).

A questão é que Cuadrado pode atuar como externo direito, ou centralizado como um típico enganche sul-americano. O desenho tático sem Chiellini pode designar um 4-4-2 que caso seja oportuno, se desenhe num 4-3-1-2. O 1 do desenho pode ser tanto Cuadrado, quanto Paulo Dybala, ao passo que o colombiano pode atuar aberto pela direita, como segundo atacante.

De início a Juve teve Buffon, Lichtsteiner, Bonucci, Barzagli e Evra. Khedira, Marchisio, Cuadrado e Pogba. Mandzukić e Dybala. Com o time já perdendo por 1×0, Allegri substituiu Marchisio pelo brasileiro Hernanes, no começo do segundo tempo. A Juve ganhou no aspecto criativo e com Hernanes, tinha maior controle da posse de bola.

Ao passo que Dybala diminuiu aos 62 min, Allegri mandou o time à frente, sacando o último volante/interditor (Khedira), para dispor o meia Sturaro, que por sua vez acabou fazendo o gol de empate. O time podia se abrir em 4-3-3, sem muitos problemas com o trio ofensivo formado por Mandzukić, Cuadrado e Morata, este último, entrou no lugar de Dybala e participou do gol de Sturaro.

Ex-Bayern e desafeto de Guardiola, o croata Mario Mandzukić fez uma grande partida, participando dos dois gols da Juve. “Mandzo” alia vigor físico e boa técnica no jogo sem bola, podendo deslocar marcadores e abrir espaço para os companheiros que vem de trás, finalizarem.

FC Bayern x Juventus se enfrentam em Munique (Alemanha), no dia 16 de março na partida que valerá pelo jogo de volta das oitavas de final da Champions League.

Imagem de Cuadrado (a esquerda) e Thiago Alcântara: Getty Images

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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