O que há mesmo entre Ganso e Milan

Li hoje na Folha a coluna de Enzo Palladini sobre a Itália e Ganso. Ele diz que o Sonda tem acordo com o Milan e que falta o acordo com o Santos. São informações precisas, mas, digamos, almofadadas. A realidade é bem mais rude. Os empresários do Sonda expuseram ao Milan a possibilidade de forçar o Santos a vender Ganso por conta da burra cláusula que permite um valor menor para o mercado nacional. O Milan prefere o acordo para não azedar a relação (embora possa se questionar se um acordo com tal pressão pode ser chamado de “acordo”) com um clube que tem revelado bastante recentemente (o clube está realmente interessado em Danilo), mas em última instância, amigos, amigos, negócios à parte. Será um jogo de pôquer entre Santos e Ganso. Se o Santos pagar para ver, caberá a Ganso ter ou não colhão de bancar um período no Corinthians e suportar a ira da torcida, mas nesse caso, o próprio clube da Vila também seria incrivelmente humilhado. Em tempo: a lesão de domingo levantou as orelhas do Milan que está inquieto com a possibilidade de investir tanto dinheiro num jogador tão frágil fisicamente. Mas vale lembrar: no São Paulo, Kaká enfileirava lesões.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.

7 Comments

  1. Tudo é uma questão de arrumação. Acho que dá para jogar com dois armadores no meio-campo, se você puder atuar com externos defensivos que tenham funções mais de marcação. O Aquilani e o Marchisio são meio-campistas puros e não trequartistas. Certamente não dá para jogar com os dois, Pepe e Krasic e dois laterais apoiando. Eu acho que o modo mais adequado seria manter um mediano defensivo com os dois, e avançar o Pepe e o Krasic para jogarem de atacantes puros. Mas para isso, vc sacrifica dois entre Del Piero, Matri e Quagliarella. Cresce a cotação de Vilas Boas porque ele gosta desse esquema. abs

  2. No início deste mês, em um brincadeira que participo todo ano, “contratei” o Ganso por conta da disparidade de preço entre ele e os demais nomes – fixaram o valor de € 20 milhões para Ganso, € 35 milhões para Pastore e € 40 milhões para o chileno. Por esses valores, fui de Ganso.

    Mas, repito o que escrevi abaixo: se o preço de todos eles não apresentar uma disparidade absurda, escolho o Alexis Sánchez sem pensar duas vezes! O chileno é hoje aquilo que muita gente por aqui acredita que o Neymar vai ser. Jogador simplesmente espetacular.

    Quanto ao Lamela, com todo respeito ao cara, pode até apresentar um grande progresso nos anos que virão – tem talento e estrutura física e mental para isso -, mas hoje não seria titular nem na Lazio. A Serie A ainda é muito para ele. O certo seria ir para um clube arrumadinho de uma liga um pouco mais fraca, como, por exemplo, o LOSC, que fatalmente perderá o Eden Hazard.

    Cassiano, para finalizar, você não acha que os centrais da Juventus ficam demasiadamente desprotegidos quando o Del Neri escala Marchisio e Aquilani pelo meio, como aconteceu ontem? Aí, pelo menos na minha concepção, não há dupla de zaga que aguente o rojão. Felipe Melo faz falta…

  3. O Milan, ao que tudo indica, não contratará o Ganso imediatamente (especialmente depois dessa lesão). Pastore é irrealidade pura (dentro dos valores mencionados pelo Palermo) e Sanchez, mesmo se já não for da Inter, implicaria na saída de um entre Cassano e Robinho. Se o Ganso de fato não for a escolha, os nomes que circulam é o de Lamela, do River Plate. Contudo, tenho minhas dúvidas se o Milan gastaria tanto num cara que ainda não esteja pronto para ser titular.

  4. Sinceramente, Raphael, o problema não é o Delneri em si nem muito menos o fato do Diego ter ido embora. O Diego tem menos condição de jogar num time grande que o Delneri. Admito que me decepcionei com o trabalho dele porque apesar dele ser um técnico com uma ideia clara de jogo, não tem estrutura psicológica para suportar um grande clube. Com ou sem o Diego, a Juventus não teve o Buffon na maior parte da temporada, não tem externos defensivos decentes e não tem o ditador de ritmo de jogo que precisa no meio-campo. Aquilani e Marchisio não renderam o que podiam juntos, o que faz crer que seja necessário mesmo um interditor com eles. A Juve precisa de um grande técnico, respeitado e temido (que convença o Del Piero a ficar no banco de bom grado), que recupere Bonucci (que é melhor que o Ranocchia, mas fez temporada ridícula), precisa de dois laterais e um meio-campista robusto que conduza o meio-campo (num 4-4-2 puro não sei se Pirlo é o nome correto). Para finalizar, precisa de um centroavante para jogar com o Quagliarella. Estamos falando aí de pelo menos quatro reforços mais o técnico. Não é pouca coisa, mesmo vendendo os nomes “errados” do elenco. abs

  5. O debate acerca de qual trequartista o Milan deve contratar para a próxima temporada – se é que vai mesmo contratar um! – é um dos mais quentes que já vi. E já dei meu veredito acerca desse tema: por um valor razoavelmente similar entre os candidatos (Ganso, Pastore e Alexis Sánchez), sou favorável a que o clube contrate Alexis Sánchez, que nem é trequartista puro.

    Mas consta que o desejo do capo é ter uma dupla argentina por aquelas bandas – trequartista e centroavante. A conferir.

  6. Cassiano, sei que você vai falar mais especificamente sobre o assunto num próximo post (está até agendado ali do lado), mas adianto a pergunta: teria a Juve feito melhor temporada caso o Delneri tivesse bancado ainda o Diego? Digo, ele havia sido um dos destaques na pré-temporada, saindo-se bem naquele papel de segundo atacante, quase como um Del Piero, e claramente saiu para fazer caixa aos clubes – além de atender ao conservadorismo do técnico que defende ferrenhamente o esquema “com dois externos”. No entanto, sabemos que houve variações desse dogma durante a temporada, para ver se havia como salvar um novo fracasso juventino. O que você acha? Com os resultados colhidos, teria sido melhor manter o brasileiro?

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