Pouco, realmente muito pouco a dizer sobre a “Black Wednesday” da Libertadores. Para mim, o único choque foi de ver todas as quedas ocorrerem na mesma noite. Os times brasileiros, por uma série de circunstâncias (entre elas, as falsas certezas adquiridas nos patéticos estaduais e numa primeira fase da Libertadores de nível segunda divisão de Lesoto), acham-se incrivelmente superiores a quaisquer outros. Basta dizer que não falta gente que acha que o Corinthians lutaria pelo título na Itália ou que o Internacional é muito melhor que o Barcelona. Times medianos com ilusão de grandeza só precisam de uma noite ruim para cair. E assim foi.
Que fique claro: exceção feita ao Grêmio, que já tinha tido sinais de que não era superior ao adversário, esperava-se que os brasileiros passassem. O que surpreendeu foi o modo displicente com o qual os brasileiros entraram no jogo, com a sensação de que decidiriam a qualquer momento. Mesmo tendo times não mais que medianos, com resultados favoráveis, os brasileiros eram favoritos, uma vez que não estavam enfrentando Barcelonas ou Manchesters. Das desgraças cariocas, mineiras e gaúchas, o Santos poderia tirar uma valiosa lição, uma vez que também tem um time mediano com um craque (Ganso) e um craque em potencial (Neymar), mas que numa noite decisiva, precisaram depender de seu goleiro, uma vez que um raramente brilhou e o segundo sumiu. Sorte do Peixe que para ser campeão, não é preciso ter o time tão sensacional que alguns acreditam que o Santos seja. Basta ter foco e capacidade de auto-avaliação. Os outros brasileiros não tiveram e hoje estão focados nos Estaduais. Ou nem isso…