Estádio novo, prejuízo certo

Para os entusiastas da construção de novos estádios no Brasil, o NY Times trouxe dias atrás uma matéria que é um banho de água fria. Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que metade do dinheiro usado na construção de arenas no país era público e que a maior parte das dívidas feitas para erguer os estádios dura muito mais tempo do que os mesmos. Por exemplo: o East Rutherford, usado pelos time novaiorquinos Giants e Jets (de futebol americano), foi construído em 1976 mas a dívida só será paga em 2025 – detalhe: o estádio foi demolido neste ano. Cidades como Seattle, Indianapolis e Philadelphia têm problemas semelhantes. Outras, como Houston e Pittsburgh, nem têm mais um time profissional e o estádio é um elefante branco. Por isso, os bônus emitidos para a construção desses estádios são considerados ruins pelos investidores – e péssimos para os contribuintes. Dois Toques – Os números das construções dos estádios para grandes clubes americanos são péssimos, mesmo quando os mesmos têm audiências gigantes. O NY Giants teve em 2009 um público médio de 78 mil pagantes por jogo. – Uma professora de Harvard consultada pelo NYT disse que a esses valores ainda deve se agregar o custo da infraestrutura das imediações que raramente entra na conta e que dificilmente fica abaixo dos R$120 milhões por nova arena.

PS: Esta nota foi publicada no diário Lance! no dia 23/09.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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