Eles são campeões europeu – sete títulos ao todo – e considerados os maiores clubes na Inglaterra e Itália. Além da tradição gigantesca, dividem na temporada, as dificuldades em campo herdadas da parte política. Liverpool e Juventus sofreram nesta semana derrotas que mexem com seus status ao perder para Northampton (pela Copa da Liga inglesa) e Palermo (pela Série A) em casa. O Liverpool passa por uma crise financeira séria a ponto dos atuais proprietários correrem riscos de perder o controle do clube; a Juventus ainda sofre com a devastação causada pelo escândalo de corrupção no qual era o time central, graças à figura nefasta de Luciano Moggi, seu ex-chefão. Observadores nos dois países condicionam a recuperação da temporada em Anfield e no Delle Alpi à paciência da torcida com dois mamutes que estão se reconstruindo. Sem isso, dizem eles, trocas de técnico serão inócuas e contratações caras, perda de dinheiro.
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Rafael, se a leitura fosse para o Chelsea ou para o Valencia, tudo bem. Mas a Juventus é mais que um clube para a Itália e para a família Agnelli. É um símbolo do país, como a Fiat ou a Ferrari (que não coincidentemente também pertencem à família Agnelli). Recuperar a juventus por meio de jogadores italianos significa readquirir uma identidade e uma afirmação nacional. Isso é mais importante do que títulos de futebol. A Inter de Moratti é um time sem alma justamente porque a obsessão dele, depois de 20 anos de fracassos, era o de vencer algo e não de fincar o pé na história. O projeto da Juventus é mais extenso do que vencer o Italiano. A construção do estádio é um sinal disso, assim como as contratações de Aquilani, Bonucci e companhia. A Juve não abre mão de craques gringos, mas não vive só disso. Abs
Tudo bem que o Calciocaos foi uma bomba atômica na Juventus, o clube de cara foi redimensionado no âmbito esportivo e financeiro, ok. Mas da temporada passada pra cá, quando a Juve começou a se reconstruir, tem cometido erros absurdos no mercado e principalmente na escolha dos treinadores.
E essa filosofia de dar preferência a jogadores e profissionais italianos é pra mim um retrocesso, pela forma como é feita. Uma coisa é você formar um time usando jogadores locais, mas priorizando a formação e o aspecto técnico, como faz muito bem o Barcelona, outra é você supervalorizar jogadores medianos só porque são locais e querer bater de frente com potências cosmopolitas como Inter e Milan. Não dá.
Qualquer clube da grande da Europa vasculha América do Sul, França e Leste Europeu. É de onde saem jogadores bons que abastacem as grandes ligas. A Lazio por exemplo renasceu depois de vender o Kolarov, um baita achado que lhe rendeu um lucro gigantesco em 3 anos. Já a Juventus só olha pra Serie A. O único reforço que fugiu a essa regra foi o Krasic, que vem sendo o melhor do time na temporada. E nem dá pra dizer que foi um achado, pois é um jogador que disputou mata-mata de UCL e Copa do Mundo, sendo contratado por um preço já alto.
Basicamente endosso o ponto de vista do Raphael – o problema desse pessoal, principalmente da Juventus, é a péssima escolha dos reforços nos últimos tempos. O clube de Turim, segundo o transfermarket.de, investiu cerca de € 150 milhões em reforços nas últimas três temporadas. Está longe de ser pouco…
Só gostaria de colocar um pequena observação: a qualidade dos jogadores da Juventus não é tão grande assim como alguns imaginam.
O clube de Turim, pelo que pude observar nas últimas duas partidas disputadas por eles na Serie A, conta com um elenco em um estágio físico muito superior aos adversários – pelo menos aqueles de mesmo nível -, e mesmo assim ainda está patinando feio em todas as competições que disputa.
Quando tudo ficar nivelado no plano físico, talvez comecem a enfrentar problemas que não imaginam hoje – se bem que quase uma dúzia de gols em quatro jogos em casa parece já ser problema suficiente para o resto da temporada.
O horizonte da Juventus me parece mais promissor que o do Liverpool, acho que a Juventus mesmo começando mal na Série A, tem um grupo de jogadores bons, e que quando tiverem entrosamento, pode render bons frutos, já o Liverpool ainda precisaria de mais alguns jogadores pra ter um elenco razoavelmente numeroso e de qualidade, e tem, creio eu, mais problemas administrativos e financeiros do que a Juventus. Só que a chave da solução dos 2 é complicada, ter a paciência do torcedor, para os poucos conseguir se reorganizar dentro e fora de campo.
O problema do Liverpool é muito claro, diretoria incompetente e contratações ruins. Quantos milhões o Liverpool não torrou em Robbie Keane, Crouch, Voronin, Pennant, Lucas, Maxi Rodríguez e Babel? Nenhum deles foi um sucesso no time. Isso sem contar os jogadores que saíram e fizeram o time perder força como Xabi Alonso e Mascherano.
A mesma coisa é a Juventus que desde que voltou a elite, sem contar essa temporada, torrou milhões de euros em jogadores como Tiago, Molinaro, Nocerino, Iaquinta, Jorge Andrade, Amauri, Poulsen, Felipe Melo, Fabio Grosso, Diego e Candreva. Tirando o Diego que merecia uma segunda chance, nenhum deles impressionou. Dentre os citados, só o Felipe Melo (um flop monumental) foi titular na derrota contra o Palermo, muitos deles aliás já nem estão no time…
Por outro lado, o Palermo que tem o maluco do Zamparini na liderança é bem mais esperto nas contratações. Cavani, Kjaer e Pastore são prova disso.
Caro Cassiano gostaria de esclarecer uma dúvida em relação a Juventus:
Com a morte do Gianni e Umberto Agnelli e o fim da era Luciano Moggi, o grupo Fiat ( que está nas mãos de John Elknan um playboy que já foi ou é viciado em cocaína ) passou o poder da Juve a esse Andrea Agnelli. Gostaria de saber se o mesmo tem a mesma paixão e competencia que os “velhos” ou está no clube apenas para ganhar dinheiro e aparecer na mídia.?