Em meio às minhas férias, um momento para uma palavra sobre o desfecho da Copa do Mundo. Johan Cruyff, que por alguma razão foi demonizado no Brasil por dizer várias verdades (com uma certa falta de educação) que a vitória da Espanha era um progresso para o futebol bem jogado contra o estilo “vulgar e duro” de sua Holanda. Concordo plenamente, mas adiciono: foi uma vitória também para o modelo canterano das divisões de base espanholas e alemãs, contra a decadência italiana e a exaustão inglesa.
Sempre tive um certo ranço contra a Espanha por conta se sua arrogância feita de uma vitória num Europeu decidido no cara e coroa, mas dou o braço a torcer. O time espanhol joga futebol pleno, com posse de bola, precisão de fundamentos e e só não foi mais incisivo porque Fernando Torres estava distantíssimo de sua forma. O sucesso espanhol coroa a aplicação nas divisões de base, o futebol bem jogado (nada a ver com o futebol “alegre” das firulas desmedidas e toscas de Robinhos), priorizando a equipe e aproveitando o talento singular em prol do grupo. Vencesse a Alemanha, a coisa seria a mesma, com uma ligeira diferença de sotaque.
Italianos e ingleses precisam rever seus conceitos, baseados em gastança de dinheiro, agentes, trransferências e dirigentes boquirrotos (algo que deve acontecer na Espanha a médio prazo, seguindo um padrão de ‘acomodação’ dos vencedores). Apesar da Copa na África ter sido um ‘flop’ organizacional, o torneio em campo foi muito interessante, prejudicado pela dificuldade de se acostumar à Jabulani (prova disso é que nas fases finais os jogos ficaram mais legais). Tendências sairão desta Copa: ‘pressing’ alto, marcação com dobra, refinamento de passe de bola e marcação zona-pressão com proximidade quase de basquete, mas tudo isso visando o gol. Temos tudo para quatro anos de futebol bonito de ver, especialmente se o jogo absorver o ‘fair play’ financeiro.
Gilson, na verdade, esses aspectos raramente serão adotados como um todo. Historicamente as copas “ditam moda” e essas serão as características desta edição para os próximos anos. Para adotar todos, só com um time como o da Espanha. abs
“Tendências sairão desta Copa: ‘pressing’ alto, marcação com dobra, refinamento de passe de bola e marcação zona-pressão com proximidade quase de basquete, mas tudo isso visando o gol.”
Concordo amplamente. Só resta saber se teremos jogadores, e treinadores, suficientemente capazes de botar isso em prática sem destruir outros aspectos do jogo.
Também acredito que a conquista espanhola foi boa para o futebol pois apesar da não jogar tudo o que sabe mostrou que é melhor que outras seleções que decepcionaram nesta Copa do mundo nivelada por baixo.
Agora que a Copa acabou gostaria de lhe sugerir que fizesses no blog ou na futlance uma comparação ( economica e esportiva) entre as principais competiçoes do mundo do futebol (Copa do Mundo e a Liga dos Campeões da Europa) pois seria uma matéria muito interessante pois esta Copa assim como a de 2006 me deixa a sensação que a Liga dos Campeões é muito mais dificil , competitiva e qualificada que a Copa do Mundo. É claro que a Copa do Mundo por movimentar cerca de 4 BILHÕES de dolares por edição não vai acabar tão cedo, mas vendo as atuações dos maiores craques nestes últimos 3 mundiais tenho a sensação que os principais jogadores se dedicam muito mais aos seus clubes do que a seleção principalmentes os jogadores ingleses que nos clubes fazem tudo e na seleção tem preguiça até pra correr.
Boas férias
Imagino se Brasil ou Argentina tivessem ganho, o que diríamos: aumentaria o cacife político de sátrapas como Julio Grondona ou Ricardo Teixeira (qual é o pior?), colocariam-se para baixo do tapete os gravíssimos problemas estruturais do futebol local, ambos os governos aproveitariam para fazer aquela média asquerosa de sempre… Ah, claro, para não falar de dois técnicos despreparados que subiriam num pedestal da altura do finado World Trade Center.
espero que esse fair play financeiro vigore de fato, será muito bom para o esporte.