Um publicitário que apoia Ricardo Teixeira e tem interesses na construção do estádio do Palmeiras pressiona abertamente o prefeito do terceiro maior orçamento do país para construir um estádio para a Copa. O próprio Teixeira espalha sem vergonha que a prefeitura fará um estádio em Pirituba e que o beneficiário será o Corinthians. Posso estar enganado e tomara que esteja, mas o fedor podre que sai dessa história me parece cada vez mais inequívoco.
O nível de conluio que têm Ricardo Teixeira e Andres Sanches beira o insuportável. Sanches está na fase em que se acha superpoderoso e capaz de tudo. Acima do bem e do mal. Acha que comanda o Corinthians e que domou a oposição e faz planos para si que vão além do clube – que, diga-se, faz tanta diferença para ele quanto para qualquer um. O plano do dirigente é o de se imortalizar como o homem que deu um estádio ao Corinthians. Às nossas custas.
É nítido que o presidente do Corinthians seja próximo da política. Seu modus operandi é similar, seu descaso com a ética e com o compromisso é similar e sua posrtura arrogante é similar. Até seus aliados são similares a políticos. No começo deste ano, Sanches tinha três metas: vencer a Libertadores, fechar a questão do estádio gratuito para o Corinthians e ser campeão como chefe da delegação. Um fracassou e os outros dois ainda seguem.
Não tenho certeza nenhuma que o Morumbi será o estádio da Copa. Tenho medo de pagar para ver um estádio superfaturado ser dado a um clube que, não obstante deva mesmo ter um, só está sendo utilizado como massa de manobra em ano eleitoral. A “capitã Nascimento” Dilma Roussef marquetou seu chefe dizendo que Lula “reinventou o Brasil”. Esse tipo de manobra, que tem mais do que tudo a mão do governo federal, é a prova crassa de que não o fez. Esse episódio é um exemplo do Brasil mais podre, ultrapassado, antigo e nojento, aí, vivo e forte.
Embora o lobby tenha voltado com tudo, nunca acreditei muito nessa nova arena aqui em SP. E o motivo é simples: o nosso político médio tem preguiça até para roubar. E esse projeto, da concepção do estádio, negociações com parceiros até o convencimento da opinião pública de sua necessidade, envolve muito trabalho e tempo.
O melhor para eles são projetos pequenos/médios, mas que tenham o controle sobre todo o processo (licitação, empenho, liberação da verba etc.).
O problema de tudo isto é que não existe o lado bonzinho desta coisa. Claro que é inadimissível construi um estádio novo com o dinheiro público, como também o É, reformar o Morumbi com o dinheiro de nossos impostos. Talvez seja pior. Porque o estádio do Tricolor Paulista é ultrapassado, o público fica longe dos gramados, com banheiros podres e com um estrutura de transporte público deficitária e risória. E outra coisa, o Juvenal Juvêncio também não é confiável. As mesmas desconfianças que você sobre o Andrés, eu tenho sobre o Juvenal.