Prova de força – mesmo

O placar elástico de 9 a 1 sobre o Ituano não nme deixou incólume, como podem pensar algumas das viúvas de Robinho. Mesmo o Ituano sendo um time risível, que teria dificuldades parea se manter na terceira divisão do Paulista, o Santos deu sua primeira prova de força real dessa geração moldada por Dorival Jr. e rotulada por Neymar. Há no Santos uma imensa qualidade técnica – isso não é novidade. O que me saltou aos olhos foi perceber como um time tão jovem conseguiu manter o foco mesmo sob uma enxurrada de odes de puxa-sacos, que há um ano faziam de Keirrison o novo Pelé e de Diego Souza um gênio da raça.

Não serei eu a vaticinar o destino desse Santos. Tivesse uma bola de cristal, teria muitos outros afazeres mais interessantes para ela. Contudo, por força do ofício, não me abstenho de elogiar o time da Vila numa atuação realmente superlativa. Sigo achando que todos os jogadores da “geração Neymar” – exceção feita a Paulo Henrique Ganso – não demonstram maturidade suficiente para se transformar em grandes jogadores. Atletas que aos 18 anos pensam em assinar com o Real Madrid estão com um erro de prioridade, normalmente estimulado pela virose transmitida por seus empresários. Em termos de técnica, essa geração me parece mais rica do que a de Diego e Robinho, mas aquela tinha jogadores menos afeitos ao oba-oba. Precisamos de tempo para ver no que dá.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
Top