Ronaldo

Ronaldo está em outro patamar. Visivelmente gordo (essa conversa de que ele está entrando em forma é para boi dormir), seu futebol faz o da concorrência parecer “futebol de meninos contra um homem” (usando uma frase do Arnaldo Ribeiro, da Placar, reivindicada por ele no ar). É outro mundo. É Barcelona x Força e Luz B.

A supremacia devastadora de Ronaldo poderia servir para os ufanistas domésticos se darem conta de que entre o futebol brasileiro e o “top” há um abismo. Ronaldo, com seu peso atual, tinha dificuldade de jogar na Europa. Aqui, é o Fenômeno – mesmo.

A final contra o Santos está resolvida. A única chance do Peixe é a combinação de uma contusão de Ronaldo com uma tarde de gala de Kléber Pereira. Entre Santos e Corinthians – o Corinthians de Ronaldo, bem entendido – não há competição.

Seleção para Ronaldo? Há alguns fatos incontestáveis. Não existe um atacante brasileiro melhor do que ele, uma vez que ele treine com determinação e não se lesione. Só que seu histórico de lesões é muito grande. E além disso, ele ainda leva uma vida pessoal incompatível com a de um jogador profissional. Fato que, diga-se de passagem, é uma opção dele e que absolutamente ninguém pode questionar.

Se não se machucar (e continuar no Corinthians, porque jogando como está, não faltarão propostas), Ronaldo dará a Copa do Brasil ao Timão (não, nem o Internacional é páreo para ele) e fará o alvinegro disputar o título brasileiro.

Acho que desde o título brasileiro do Corinthians em 1990, com Neto como destaque da companhia, um jogador só não carregava um time nas costas no Brasil.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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