11 homens (um gênio) e um destino

Pela segunda partida das semifinais do Mundial 2014, a Argentina venceu a Holanda na última quarta-feira em São Paulo (SP), nos pênaltis. Se não entrasse em campo contra os holandeses, Lionel Messi já justificaria o que se esperava dele, de forma exagerada é verdade, desde o Mundial de 2006. Isso porque Messi jogou um Mundial digno no Brasil. Como todos os grandes craques atuais, Messi passou por um “estágio probatório” de deificação exacerbada. Aconteceu com Cristiano Ronaldo e acontece com Neymar.

Em termos clubísticos Messi já justificou sua grandeza, com três títulos de Champions League pelo Barcelona (dois sendo protagonista) e quatro prêmios Bola de Ouro. Faltava a seleção, sendo que Messi foi medalhista de ouro nos jogos olímpicos de Pequim com o time sub 23 albiceleste.

No começo dos anos 2000, Messi quase foi naturalizado espanhol. O atacante sofria de um problema raro que impedia seu crescimento, no fim da adolescência. Reza a lenda que o atacante teria sido oferecido a River Plate e Boca Juniors. Quem pagasse o tratamento levava.

O Barcelona se prontificou e o resultado é história recente do futebol europeu. O presidente da AFA Julio Grondona, teria recebido uma ligação, onde blefou saber quem era Lionel Messi que estava prestes a ser convocado pelas seleções juvenis da Espanha. Grondona ordenou um amistoso dos times juvenis da Argentina, cujo intuito era convocar o “tal de Messi”.

O panorama de administração e gestão no futebol argentino não é diferente do combalido futebol brasileiro. Por outro lado, técnicos argentinos ou sul-americanos que fizeram carreira no futebol argentino, estão em alta no mercado futebolístico mundial. Messi (agora com 27 anos) ainda disputa pelo menos mais uma copa do mundo, e isso somado a alta dos técnicos argentinos, deve render um título; se não agora, muito em breve.

A última final disputada pela Argentina foi no Mundial de 1990, na Itália e ainda com Maradona. A seleção albiceleste defendia o título de 1986 obtido no México, mas acabou derrotada exatamente pela Alemanha, por 1×0 na final. Um episódio curioso onde o sul da Itália torceu para Don Diego, que atuava no Napoli. Depois de 1990, os hermanos nunca mais conseguiram passar das quartas de final, isso até o atual Mundial se iniciar. E nas duas últimas copas, os argentinos foram derrotados em duas quartas de finais seguidas, pela Alemanha.

No último título argentino em 1986 a vitória foi sobre a Alemanha do técnico Beckenbauer, por 3×2. A nova final será mais uma vez disputada contra os alemães, no próximo domingo, no Maracanã.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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