Pequeno alívio

Li hoje que o governo do Estado, numa demonstração que tem um mínimo de consciência, rejeitou o pedido do Corinthians e da Odebrecht para financiar parte do estádio em Itaquera. Já é possível notar que, por mais que se possa criticar o governador, ele é uma pessoa acima do nível de decência nulo do prefeito de São Paulo, que trabalha em torno da construção criminosa do estádio em Itaquera como forma de cimentar sua relação política depravada com aliados do governo federal. Coloquemos assim: se o preço para que nenhum patife gaste meu dinheiro com a construção de estádios que irão enriquecer vagabundos ligados ao futebol é que SP fique sem a Copa do Mundo, então, que seja. Melhor seria que o Brasil se livrasse desse ônus, mas isso parece um mal irreversível. Alckmin não fez absolutamente nada além de uma obrigação moral, muito mais que política. Melhorias do poder público na cidade são aceitáveis – em qualquer bairro. Patifaria explícita, orquestrada por bandidos, não. E a Copa no Brasil é somente isso.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.

3 Comments

  1. A sociedade sempre tem o governo e os dirigentes que merece. Não resta dúvida disso. abs

  2. Infelizmente, a sangria já não pode mais ser estancada. Uma copa do mundo sem a cidade de São Paulo seria uma derrota política muito grande para esses governantes. O povão não quer nem saber se vão meter a faca no dinheiro público em proporções jamais vistas nesse país, só querem saber se a copa vai acontecer ou não.

  3. Prefeito de São Paulo = presidente do Corinthians. Ah, e aqui em Porto Alegre vários colorados se tocaram que a Copa é antro de falcatruas e, portanto, estão pouco se lixando para a mesma. Bem, claro que sempre aparece um otário com aquele discursinho de “vai trazer benefícios” ou “a cidade vai aparecer no mundo todo”, na certa iludido com uma imprensa tão ou mais imunda do que os tubarões que a afagam.

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