Neymar e seu agente

Não tenho como dizer que Wagner Ribeiro é desonesto. Não tenho provas disso nem sei de ninguém que as tenha. Contudo, creio que posso seguramente afirmar que acho que ele simboliza tudo o que há de ruim para o futebol no comportamento de agentes. Ele pressiona por convocações via imprensa, dá informações de “bastidores” para servir aos seus interesses (fez isso comigo quando eu ainda editava a Trivela, dizendo ao Carlos Freitas que Kaká estava vendido ao Real Madrid quando ele negociava com o Milan), dá destinações bizarras aos seus jogadores (levou Robinho para o Manchester City e queria ter vendido Kaká ao Brescia). Vejam bem: não há nada de ilegal nisso, porque a Fifa e o futebol de um modo geral são absolutamente lenientes com a ação dos agentes. Ao meu ver, eles são o ponto de desequilíbrio do sistema, pois não agregam nenhum valor e pressionam para obter vantagens muitas vezes em cima de clubes que precisam (ou querem) se curvar aos interesses dos mesmos. Neymar tem tudo para ser um craque de primeira grandeza um dia (não, por meia dúzia de dribles no Paulixão, ainda não é), mas Wagner Ribeiro não me parece o profissional adequado para ajudá-lo.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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