Comentando a seleção: Mèxès

Sempre tive grande admiração por Mèxès, desde seus tempos de Auxerre. Técnico, forte e com grande visão de jogo, ele só não foi um negócio melhor para a Roma porque os romanos tentaram dar uma de espertos pegando-o a custo zero e tomaram uma fumada da Fifa e acabaram pagando cerca de €10 milhões por ele, somadas multas e tal. Mesmo assim, é uma ninharia numa época em que se paga o dobro por um lateral só aceitável como Glen Johnson, por exemplo.

Em Roma, Mèxès tem o mérito de ter segurado a peteca mesmo com pares bastante lamentáveis, como Loría, Ferrari, Cufré e Kuffour. Quando Juan e ele estão bem fisicamente, a defesa da Roma é quase sempre muito confiável, e na verdade, são a razão pela qual a Roma pode alinar um esquema com dois volantes onde um (Pizarro) é um meia de origem. Raramente a zaga romanista com os dois dá chabú.

Mèxès é um velho sonho do Milan e há uma boa razão para isso. Tudo indica que ele e Thiago Silva fariam uma dupla bem sortida. Thiago é rápido, excelente na impulsão em movimento (quando se projeta na área em velocidade após a cobrança de um escanteio, por exemplo) e gosta de ir buscar o atacante na unha; Mèxes é mais alto, um pouco menos rápido (mas ainda assim bem veloz), e sabe atuar como central ou quarto zagueiro. Além disso, a exemplo do milanista, também tem um histórico de raras lesões.

O único problema que talvez o francês imponha seja o preço. Por conta disso, eu teria na lista um outro zagueiro muito interessante (Douglas, do Twente), que deve ter um valor mais em conta. Mèxès deve custar em torno de €16-20 milhões, algo aceitável por um defensor de 27 anos e que deve ter pelo menos mais seis ou sete anos de alto nível como defensor.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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