A reestreia de Robinho foi o que de pior poderia acontecer para ele e para a perspectiva da Seleção tê-lo em julho. Robinho em vinte minutos de futebol, foi reendeusado, remetido à condição de novo Pelé, mesmo depois de dois “flops” espetaculares em Real Madrid e Manchester City em fases que nenhum dos dois clubes tinha um jogador absolutamente sensacional na posição. Os questionamentos recentes de se comparar Pelé e Coutinho a Robinho e Neymar são tão, mas TÃO ridículos (tanto em grandeza como em pertinência técnica), que chegam a indignar.
Robinho caminha para um primeiro semestre de treinos em duas competições de nível técnico fraquíssimo – Copa do Brasil e Estadual – que devem levá-lo a crer em sua onipotência futebolística. Salvo uma mudança de personalidade improvável, ele deve chegar à Copa do Mundo no pior de si: bem fisicamente mas se achando um Pelé melhorado. Zebus de plantão hão de levantar a bandeira do futebol alegre para celebrar Robinho agora, mas certamente o apedrejarão se ele fracassar num momento crucial da Copa do Mundo.
Numa entrevista anos atrás, quando ainda jogava pelo São Paulo, Raí definiiu o que fazia com que Dodô não jogasse o que podia. “Ele confia demais na técnica dele”. A observação é perfeita também para Robinho, um jogador tecnicamente extraordinário mas que acredita ser uma sumidade que não é, nunca foi e que cuja carreira internacional sugere que dificilmente virá a ser. A cada drible desconcertante que der em cima de um zagueiro toscobil do Monte Azul, Robinho estará mais longe do que a Seleção precisa que ele seja.