Tanto barulho por…nada?

Vê-se quando um time (e sua torcida) estão desesperados quando eles começam a surtar em cima de acontecimentos nem tão promissores. Por exemplo, como é que um torcedor atleticano, que considera seu time um dos grandes fo futebol brasileiro, pode admitir (ou acompanhar) o obaoba da imprensa porque o Galo goleia o Villa Nova (certamente sempre haverá um asno qualquer para apontar o Villa Nova como “um dos grandes de Minas Gerais) num jogo-treino?

O jejum de glórias do Galo certamente não é fácil de suplantar, mas desserviço de criar factóides – que é fortemente fomentado pela imprensa mineira, de longe a menos profissional entre as dos quatro maiores estados, futebolisticamente falando – não dá a torcida a real dimensão da questão.

No ano passado, quando escrevi aqui que o Galo não seria campeão, uma série de moluscos me escreveu me xingando de todos os nomes. Como o Atlético de fato não ganhou, nenhum deles escreveu para se desculpar – mas teriam escrito mil outros e-mails para me xingar caso eu tivesse errado no diagnósticos. Estes celerados e outros torcedores inocentes podem acreditar que o começo “arrasador” do Galo (sempre reiterando que se trata de uma vitória num jogo-treino) é sinal do limiar de uma nova era capitaneada por Vanderlei Luxemburgo. Não é.  Nos seus últimos clubes, esse tipo de “arranque” sempre aconteceu, mas depois não deu em nada. Luxa é um bom técnico (quando quer trabalhar sério) e o Galo tem uma boa base, mas entre isso e a recuperação de um lugar entre os maiores do país ainda vai um chão. Quem quiser entender a mensagem, que o faça.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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