Ontem, domingo, o Brasil teve a confirmação do seu status de país de palhaços. A divulgação das sedes da Copa do Mundo, engendrada por Ricardo Teixeira, escolheu cidades cuja tradição no futebol é a nula. Claro, foram decisões políticas. O objetivo é fazer uma farra do boi com o dinheiro público na construção de estádios.
Pois preste atenção, internauta: você e eu bancaremos uma conta de cerca de R$35 bilhões para que as cidades abaixo tenham alguma partida da Copa e depois, tenham seus estádios para abrigar jogos dos seguintes clubes com as respectivas médias de público:
Mixto (MT), de Cuiabá: 2.755
Fortaleza (CE), de Fortaleza: 3.500
América (RN), de Natal: 4.419
ABC (RN), de Natal: 3.624
Brasiliense (DF), de Brasília: 3.599
Holanda (AM), de Manaus*: 4.761
Nacional (AM) de Manaus: 1.021
Fast (AM), de Manaus: 961
Dom Pedro (DF), de Brasília**: 149!!!
*clube da cidade de Rio Preto (AM)
**clube da cidade de Nucleo Bandeirante
Me diz: não somos todos palhaços?
Ontem, durante a festiva transmissão de um canal de Tv a cabo da “secreta” escolha das cidades sede pela “Fifa” (entre aspas, porque até parece que a CBF não teve nada a ver com isso), um detalhe me enojou. Muito. Um jornalista, que é um chapa branca asqueroso, defendendo a CBF, a Fifa e a escolha de cidades sede como Manaus e Cuiabá.
Manauaras e cuiabanos: por favor, não me entendam mal. As cidades são lindas e os estados idem. Mas gastar 5 bilhões de reais para ter três jogos e depois os estádios ficarem jogados às traças é coisa de a) burro, b) ladrão ou c) os dois.
Para completar a palhaçada alguns secretários municipais foram acompanhar o anúncio oficial nas Bahamas. Considerando que a decisão já estava tomada, indaga-se: o que foram fazer por lá?
R$ 80 bilhões.
Cassiano, na verdade, nos estudos apresentados por R.Teixeira estava prevista a utilização de recursos na ordem de R$ 35,9 bilhões. Agora, com a confirmação das sedes esse valor subiu para R$ 80 bi. Esse valor é inicial e com certeza ainda vai aumentar muito já que Brasília e Porto Alegre ainda não divulgaram seus gastos com infraestrutura. Além disso, o orçamento do Mineirão é outra incógnita.
O grande problema é, infelizmente, a pulverização do gasto desnecessário. Já atuei por cerca de um ano no setor público e é impressionante a forma precária como os recursos, não apenas financeiros, são geridos. Beira o inacreditável. Se o problema ficasse restrito apenas ao que vai ser gasto na Copa…