A pré-temporada juventina não foi lá muito empolgante. Na venceu nenhum dos torneios de verão, perdeu a Supercopa para a Inter, não jogou excepcionalmente bem em nenhuma partida e ainda criou um pequeno mal-estar com Del Piero, que apesar de capitão, já sacou que deve curtir um banco de reservas. Nesse ínterim, a imprensa já se apressou em elogiar a Inter como a ‘melhor sucedida’ no futebol de verão e tal.
Mas quando o jogo estiver valendo alguma coisa, coloque seu dinheiro na Juventus. Não que o time de Fabio Capello tenha enfrentado nenhuma partida assustadoramente dura (o jogo da Inter, em Palermo, foi muito mais difícil, por exemplo), mas a ‘Vecchia Signora’, em suas duas primeiras partidas de campeonato, foi claríssima na as mensagem em relação às suas ambições: quer vencer tudo.
Mesmo sem um entrosamento empolgante, o desenho da Juventus ‘capelliana’ mostra-se muito promissor.Thuram e Cannavaro mantém a solidez do ano passado, Camoranesi e Nedved continuam implacáveis na pressão ofensiva e a novidade, a dupla de meio-campo composta por Vieira e Emerson já brilha, tendo sido a principal responsável pelo estrangulamento do Empoli no domingo passado.
O futebol da Juve não é exatamente palatável ao gosto brasileiro. Os laterais avançam com muito mais cautela, os homens de meio-campo se movem em bloco e toda a dinâmica do setor é dada pelo jogo tático. A Juve não ganha um jogo num drible ou num lance de efeito (embora tenha vários jogadores – Nedved, Ibrahimovic, Mutu – capazes de tanto), mas sim, numa pressão crescente que encurrala o adversário.
Enquanto todos os rivais diretos da campeã italiana patinaram de um modo ou de outro, o time de Turim manteve-se sólido até quando não jogou bem. Pode-se argumentar que Chievo e Empoli não servem como medida para avaliar a forma ‘bianconera’, mas costumeiramente, na Série A, os pretendentes ao título deixam escapar pontos preciosos contra esses times, especialmente quando ainda estão sem rodagem, exatamente o que não fez a Juve.
Todas as virtudes da Juventus não a apontam obrigatoriamente como a campeã. Porém, a manutenção da solidez no time já é um exemplo bastante contundente da determinação do clube para esta temporada. Quem quiser parar a Juventus, tem de descobrir como neutralizar três duplas: Thuram-Cannavaro, Vieira-Emerson e Ibra-Trezeguet. Parada dura…
Milan reage e Inter tropeça
Algumas coisas realmente não mudam. Uma delas, infelizmente – para a torcida interista – é a capacidade narcisista do clube de se perder em elogios ralos para encerrar uma boa fase antes mesmo desta começar. Depois dos 3 a 0 de Adriano em cima do Treviso, duas semanas atrás, a imprensa italiana rasgou elogios à Inter. Mas diante do Palermo, tudo ruiu.
Ok, não é nada trágico. Todo time (inclusive os muito bons) pode ter uma tarde infeliz. A Inter tem todo o tempo do mundo para se recuperar. Contudo, o grande inimigo interista – uma soberba calcada em absolutamente nada – ainda está lá, bufando em algum canto do vestiário, sem que ninguém faça nada.
O técnico Roberto Mancini realizou o pedido de todo torcedor e jornalista milanês ao alinhar Pizarro e Verón no meio-campo. Lamentavelmente, para se jogar futebol é preciso que alguém tire a bola do adversário e nem Pizarro nem Verón são extremamente dados a esta tarefa. Assim, apoiado num meio-campo muito consistente, o Palermo bateu sem dó na Inter, que só conseguiu fazer seus dois gols em lances casuais.
Em Milão, o Milan, que tinha empatado na estréia contra o Ascoli (no ano passado também tinha começado mal, empatando em casa com o Livorno), não deixou uma impressão sensacional, mas deixou inequívoco que dispõe de vários jogadores para decidir a partida – no sábado, foram Shevchenko e Kaká.
Ancelotti ainda não conseguiu encontrar um padrão de jogo para sua defesa, especialmente sem Gattuso, e Gilardino, apesar de não jogar mal, ainda não conseguiu quebrar o tabu. Um palpite não duvide que o Milan venha a jogar com alguma freqüência com um meio-campo quase todo italiano (Pirlo, Gattuso e Ambrosini + Kaká). Seedorf fez duas partidas bem secas, justamente quando o time precisa desesperadamente de mais força no meio-campo.
– Paolo Maldini, com 569 partidas pelo Milan na Série A, está a somente dois jogos de se transformar no jogador com mais aparições em todos os tempos no campeonato italiano.
– A Série B italiana passará a ser disputada aos sábados, com partidas começando às 16h.
– Depois de 11 anos, a família Semeraro anunciou que deixará o comando do Lecce, por causa de contestações de torcedores.
– Esta é a seleção da 2ª rodada da Série A:
– De Sanctis (Udinese); Lanna (Chievo), Kuffour (Roma), Terlizzi (Palermo) e Grosso (Palermo); Coroni Palermo), Vieira (Juventus) e Ambrosini (Milan); Shevchenko (Milan), Trezeguet (Juventus) e Makinwa (Palermo).