Premier League: Chelsea 2×1 West Ham – o duelo tático

Na última segunda-feira, o inglês Chelsea fez sua estreia na edição 2015/2016 da Premier League, em partida válida como complemento da primeira rodada do torneio iniciada no fim de semana anterior.

Os blues bateram o West Ham United por 2×1, em derby londrino realizado no Stamford Bridge (Londres/Inglaterra). Foi também a estreia oficial de Antonio Conte, novo treinador blue na Premier League.

Chelsea

Conte mandou a campo alinhamento inicial com Courtois, Ivanović, Cahill, Terry e Azpilicueta. Kanté, Matić, Willian, Oscar, Hazard e Diego Costa. À exceção da presença do francês N’Golo Kanté (ex-Leicester City), principal reforço, há um panorama não muito diferente do início da última temporada, com José Mourinho.

O Chelsea está habituado em jogar com três defensores de origem na linha de quatro jogadores de defesa. Branislav Ivanović, demonstrou problemas físicos na temporada passada e está recuperado. Enquanto pilar principal, o capitão e ídolo John Terry era dado como fora do clube devido a idade avançada, mas prossegue.

Conte está utilizando Kanté de uma forma tipicamente italiana. O volante francês é o baricentro e seu posicionamento lembra muito a forma como Danielle De Rossi (Roma), joga na seleção da Itália. A defesa blue está “blindada” com Kanté e Nemanja Matić ao seu lado. O desenho tático varia o 3-4-3 quando o time tem a posse de bola e o 4-1-4-1, quando a equipe perde a posse.

Apesar da postura defensiva, o Chelsea ostentou 61% de posse de bola em 90 min. A equipe obteve 10 finalizações (5 no alvo), contra 4 finalizações do West Ham (3 no alvo). O primeiro gol blue surgiu no fim da primeira etapa, com Hazard convertendo pênalti sofrido por Azpilicueta.

A equipe de Conte sofreu o gol de empate aos 77 min, após bate e rebate em sua própria área que culminou no gol de Collins. O técnico italiano lançou o time a frente, colocando em campo os três atacantes que estavam no banco (Pedro/Moses/Batshuhayi). Porém coube a Diego Costa o gol da virada, oriundo de um chute cruzado aos 87 min.

Conte priorizou atletas de condução e transição em velocidade, abdicando de Cesc Fàbregas, relacionado mas mantido no banco de reservas durante toda a partida. É provável que ele utilize o meia espanhol de forma estratégica, uma vez que Cesc é o atleta mais criativo do elenco.

Na história recente do Chelsea há um “dna italiano”, valendo lembrar que Gianfranco Zola e Roberto Di Matteo, este último ídolo como atleta e treinador, eram oriundos do futebol da Itália. Assim como o técnico Claudio Ranieri (Leicester City, atual campeão da Premier League), que trabalhava em Stamford Bridge quando Roman Abramovich adquiriu o clube em 2003.

Mais além, a disposição psicológica do grupo blue é nitidamente outra, diferente dos últimos meses “blasé” de José Mourinho. Antonio Conte mostra-se vibrante e comunicativo com os torcedores à beira do gramado. O técnico abraçou cada um de seus atletas em campo após o fim da partida, como se fosse um jogo de mata-mata de copa do mundo.

West Ham United

Sétimo colocado na última edição da Premier League, o londrino West Ham United geralmente almeja vagas para competições europeias. Ainda que tradicional, o clube se vê alguns passos atrás dos rivais locais Arsenal, Tottenham Hotspur e o próprio Chelsea.

O time do treinador croata Slaven Bilić foi a campo com Adrian, Antonio, Collins, Reid e Masuaku. Norditveit, Noble, Kouyate e Ayew. Andy Carroll e Enner Valencia. O módulo tático pode variar um 4-2-3-1 e um ousado 4-3-3, quando o time detém a posse de bola.

A expectativa no entanto, ficou pela entrada do meia-atacante francês Dimitri Payet, destaque por sua seleção na EURO 2016. Payet só veio a campo no decorrer da segunda etapa. Diante da postura defensiva ostentada pelo Chelsea, o West Ham se viu sem espaço.

Os hammers não conseguiam buscar jogo pelas extremidades, sendo que o ganês André Ayew e o equatoriano Enner Valencia são atacantes de lado de campo. Desta forma, o veterano centroavante inglês Andy Carroll, se via perdido em meio à marcação blue.

Não por acaso o gol hammer anotado pelo zagueiro galês James Collins, surgiu após “bate e rebate” na área blue, originado a partir de jogada de bola parada.

Em terceiro lugar com 3 pontos, o Chelsea retorna a campo pela Premier League no próximo sábado, visitando o Watford.

Imagem de Diego Costa na finalização que originou o gol da vitória do Chelsea: Justin Tallis – AFP

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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