Na última sexta-feira França e Romênia fizeram a partida de abertura da EURO 2016. O jogo válido pelo grupo A foi realizado em Saint Denis (Paris/França), onde a seleção bleu obteve uma vitória suada por 2×1, sobre os adversários romenos. A partida demonstrou um bom duelo tático.
França
A seleção francesa de Didier Deschamps foi a campo com Lloris, Sagna, Rami, Koscielny e Evra. Matuidi, Pogba, Kanté e Payet. Griezmann e Giroud. A princípio, Deschamps solucionou os desfalques na zaga com a dupla Rami/Koscielny. No setor ofensivo, sem Karim Benzema não convocado, o meia-atacante Dimitri Payet ganhou a titularidade.
Num primeiro tempo equilibrado que acabou em 0x0, os franceses se surpreenderam com uma Romênia compacta, propondo marcação alta e saindo em contra-ataques. Os romenos levaram perigo em jogadas de bola parada (escanteios), sobretudo no início do jogo. Danos colaterais previsíveis devido a ausência do trio de zagueiros Zouma/Varane/Sakho.
Sem Benzema, cuja movimentação sem bola é crucial para o funcionamento do ataque bleu, a França não tem de forma funcional as permutas ofensivas que permitem a mutação do 4-2-3-1, para um 4-3-3. Payet atuou (muito bem), como uma meia-ofensivo centralizado, tornando o módulo num 4-3-1-2, com ele Payet exercendo o “1” deste desenho tático.
Por outro lado, é provável que a dupla Giroud/Griezmann ostente índice de aproveitamento em finalizações, inferiores daqueles que Benzema poderia proporcionar. Com os romenos não se omitindo do jogo, Pogba e Matuidi pouco apareceram à frente, postando-se fixos à cabeça de área. Kanté era o único volante que avançava.
Pela direita, Payet se deslocava e abria espaços para Sagna avançar. O primeiro gol francês saiu aos 57 min, com Giroud aproveitando cruzamento da direita proporcionado por Payet. Os franceses sofreram o empate de penalti (aos 67 min), em infração tola cometida pelo lateral-esquerdo Evra. O fato de Matuidi manter-se preso à frente da defesa, se dá em compensação a pouca confiabilidade física de Evra (35 anos).
Aos 89 min em momento de grande pressão e tensão, Payet decidiu em jogada individual, a qual culminou num tiro belíssimo à longa distância. O meia do West Ham United (Inglaterra) foi eleito o melhor em campo, com um gol e uma assistência.
Romênia
O veterano treinador Anghel Iordanescu mandou os romenos a campo com Tatarusanu, Rat, Hoban, Chiriches e Pintili. Stanciu, Andone, Santcu e Popa. Grigore e Sapunaru. Se a Romênia tiver a posse de bola, o desenho tático pode proporcionar um 4-3-3.
Porém, atuando o tempo todo em postura defensiva os romenos se desenhavam num 4-5-1, povoando o meio-campo. Com a posse de bola, a equipe de Iordanescu buscava saída oferecendo bolas recuperadas aos seus atletas de lado de campo. Sair no chutão não era uma opção, algo que obrigou os franceses Pogba e Matuidi a não se lançarem à frente.
Os romenos ostentaram 41% de posse de bola, chegando a obter 10 finalizações (contra 14 dos franceses). Uma vez que os quatro melhores terceiro colocados dos seis grupos podem avançar às semi-finais, o gol anotado pelos romenos pode lhe oferecer um trunfo futuro, no critério de saldo/gols marcados.
A coletividade foi um grande êxito revelado pelo time de Iordanescu e o destaque individual talvez seja o capitão e defensor Vlad Chiriches, do italiano Napoli, que se porta como um seguro defense leader.
Na véspera da partida, o jornalista inglês Jonathan Wilson (The Guardian) destacou a forma defensiva como os times tem atuado nas últimas edições da EURO, que por consequência tem revelado uma média de gols baixa. As seleções menos tradicionais, tais quais a Romênia, são os grandes protagonistas desta observação de Wilson.
Imagem de Payet: Getty Images.