Com certeza a grande notícia futebolística da semana que se encerra, foi a confirmação da conquista do tricampeonato da Taça Libertadores por parte do argentino River Plate. Na última quarta-feira, os millonarios bateram o mexicano Tigres por 3×0, envoltos por uma festa magnífica proporcionada pela torcida argentina dentro do Monumental de Nuñez (Buenos Aires/Argentina).
Trata-se do segundo título argentino consecutivo na competição continental em duas temporadas, lembrando que o San Lorenzo acabou vitorioso na última edição do torneio. Algo que deixa constatar sim, alguma superioridade argentina dentro do continente, se somadas as conquistas aos vice-campeonatos Mundial e da Copa América, por parte da seleção argentina.
A decisão contra o Tigres também marcou algo inusitado, sendo que as equipes mexicanas disputam a Libertadores como times convidados. Um representante mexicano nunca havia chegado à final do torneio. Em caso de êxito mexicano (que nunca houve), o vice-campeão sul-americano é quem recebe a vaga no Mundial de Clubes Fifa. As equipes mexicanas obtém seu direito à participação no Mundial viva Concachampions (ou Champions League da Concacaf).
No México, a imprensa ovacionou Tigres na véspera da decisão, mesmo o time tendo empatado sem gols em seus domínios na partida de ida. Tratava-se de uma chance inigualável de mostrar ao mundo que uma equipe mexicana poderia jogar de igual para igual contra um grande sul americano, seja argentino, seja brasileiro. O intento porém não se concretizou.
Millonarios de volta do inferno.
A conquista do River Plate consagra o desfecho de uma trajetória indesejável, iniciada em 2011 quando o time caiu para a Série B do campeonato argentino. A trilha dentro da recém encerrada disputa da Libertadores, incluiu uma partida polêmica de oitavas de final. Os millonarios jogaram contra o arqui-rival Boca Juniors, vencendo por 1×0 no jogo de ida no Monumental de Nuñez.
Na partida de volta em La Bombonera, o certame ficou marcado pelo gás de pimenta lançado por um torcedor boquense, nos túneis infláveis que davam acesso ao gramado, ao findar do intervalo. Além dos atletas do River fustigados pelo artefato químico, um drone provocativo foi acionado, sobrevoando o espaço aereo do gramado. O drone carregava uma bandeirola branca com a letra “B” em alusão à Série B.
A partida não chegou ao fim e dada a vitória na partida de ida, o River avançou às quartas de final. Num todo, uma vitória moral merecida, um “presente de Deus” nas palavras do próprio treinador millonario, Marcelo “Muñeco” Gallardo. Ídolo da torcida, Gallardo foi ovacionado com a canção que dizia: “Sii, señor, de la mano de Muñeco vamos a Japón” (ou “Sim, senhor, pelas mãos de Muñeco vamos ao Japão”).
Ainda como meio-campista, Gallardo fez parte da equipe do River que venceu a Libertadores de 1996, última conquista obtida pelo clube no torneio. Aquela equipe foi uma das maiores da história do River, contando com atletas como o zagueiro paraguaio Ayala, mais Sorín, Almeyda, Ariel Ortega, Hernán Crespo e o chileno Marcelo Salas. A liderança técnica daquela equipe respondia pelo nome do meia Enzo Francescoli, mito uruguaio dos anos 90.
A final vencida na última quarta foi a quinta disputada pelos millonarios, que curiosamente chegaram à decisão nos anos de 1966, 1976, 1986, 1996, vencendo pela terceira vez em 2015, numa final que pela primeira vez não aconteceu no sexto ano da década.
O River Plate se prepara para a disputa do Mundial de Clubes, que neste ano ocorrerá no Japão. Poderá enfrentar o Barcelona de Lionel Messi, o representante europeu vencedor da última Champions League. Na última vez que disputou o torneio ainda em formato de partida única, os millonarios foram derrotados por 1×0 para a Juventus, em dezembro de 1996.
Imagem dos atletas do River comemorando: M.A. – Reuters
