Champions League: ao mestre Guardiola, com carinho!

Nesta quarta-feira o Barcelona recebeu o FC Bayern no Camp Nou (Catalunha/Espanha), na partida de ida válida pelas semifinais da Champions League 2014/2015. Os catalães foram superiores ao time alemão de seu ex-treinador Pep Guardiola, e impuseram um categórica vitória por 3×0, em noite esplendorosa de Lionel Messi.

Pentacampeão do torneio, o FC Bayern não conseguiu sanar os problemas físicos que afligem muitas peças importantes. O meia Bastian Schweinsteiger voltou às pressas e Robert Lewandowski, usando uma máscara facial foi a surpresa na escalação. O atacante polonês se recupera de fraturas no nariz e mandíbula. Ademais Alaba, Badstuber, Riberý e Robben foram desfalques.

Talvez pelos primeiros 75 minutos de partida, o tridente ofensivo culé Messi/Suárez/Neymar teve finalmente um teste a altura. O Bayern de Guardiola padecia de efetividade ofensiva, mas seu sistema defensivo funcionava de forma eficiente alicerçado pelo trio Xabi Alonso, Lahm e Benatia. Isso além do quase infalivel goleiro Neuer. O guarda-metas bávaro evitou gols certos de Suárez (aos 11 min) e Daniel Alves (aos 38 min).

As peças defensivas do Bayern não são as estrelas da companhia, mas Rafinha deslocado para a lateral-direita durante o jogo, anulava Neymar facilmente. Alonso fixo na cabeça de área é semi-intransponível e a saída de bola de Phillip Lahm, inquestionável. O jogo transcorria para um empate sem gols até Lionel Messi mostrar aquilo que se espera.

Aos 77 min, Messi pela direita aproveitou bola recuperada de Daniel Alves e bateu forte para fazer 1×0. Três minutos depois, Messi novamente pelo lado direito deixou Jerome Boateng no chão e na sequencia tocou por elevação sem chances para Neuer alcançar, 2×0. Já nos acréscimos Neymar recebeu livre de Messi, estando o brasileiro à frente do circulo central, avançando para tocar sem chance para Neuer e fazendo 3×0.

Tiki-taka revisited.

Guaridola provou que o conceito do “tiki-taka” é aplicável à contextos e culturas futebolísticas diferentes. Porém, sem peças que proporcionem verticalidade e intensidade física de jogo ofensivo, o “tiki-taka” ocasiona um elevado número inútil de posse de bola. A seleção da Espanha mostrou o mesmo problema já na copa de 2014.

O Bayern ostentou 54% de posse de bola no tempo total de jogo, contra 46% dos blaugrenas. Com menos tempo de posse de bola, o Barcelona foi superior em três finalizações e no jogo sem bola. Recuperou 84 bolas (10 a mais que o Bayern) e realizou 55 desarmes (32 desarmes a mais que o Bayern), com 28 corretos. O Barcelona de Luís Enrique demonstra uma forma superior de atuar, quando não detém a posse de bola.

Muito se alardeia sobre as vitórias do Bayern contra o Barcelona nas semifinais da CL 2012/2013. Ali os culés foram eliminados sofrendo sete gols e não anotando nenhum, em duas partidas. Atuaram porém com Lionel Messi sem condições físicas no jogo de ida, e ausente no jogo de volta. Eis a diferença.

O Bayern recebe o Barcelona em Munique na próxima terça-feira 12/05, para a partida de volta. Os bávaros precisam de uma vitória superior a três gols, sem sofrer nenhum para se classificar.

Foto de Messi no lance do segundo gol: Lluis Gene – AFP

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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