PSG: expulsão (mão na bola), suor e lágrimas.

Na quarta-feira, o Paris Saint-Germain foi a Londres (Inglaterra) tentar reverter um resultado complicado diante do Chelsea, pela partida de volta das oitavas de final da Champions League. O empate em 1×1 ocorrido em Paris (França), dava aos blues o direito de avançar às quartas de final em caso de empate sem gols, dentro de Stamford Bridge.

A partida avassaladora incluiu uma expulsão pelo lado parisiense, lances duvidosos, reviravoltas no placar, estendendo-se para prorrogação e terminando em 2×2, algo que deu a classificação para o PSG!

O momento crucial da partida teria sido o trigésimo minuto de jogo, quando o destaque Zlatan Ibrahimović foi expulso de forma controversa, após disputa de bola em que o meia blue Oscar, caiu de maneira espalhafatosa. Ibrah recolheu os pés no instante em que atingiu o meia brasileiro, mas o árbitro Bjorn Kuipers não viu dessa forma.

Os blues no entanto não buscaram “matar” o jogo, auto-suficientes em relação a vantagem do placar sem gols. A equipe do técnico José Mourinho abriu o marcador apenas aos 80 minutos de jogo, já no fim do segundo tempo. O zagueiro Cahill anotou o gol aproveitando jogada de bola parada, lance que comprova o defensivismo exagerado ordenado pelo treinador blue.

Papeis invertidos.

O PSG por outro lado, lembrava o próprio Chelsea na reta final da CL 2011/2012, quando os blues reverteram situações adversas, inclusive na final daquela temporada, quando saíram campeões. Dentre outros feitos do time londrino em 2012, estava uma classificação heroica na semifinal diante do Barcelona, atuando com um Terry expulso.

Daquela vez, a ausência do capitão blue abriu espaço para David Luiz ser um dos nomes da conquista continental. Hoje no PSG, o defensor brasileiro fez de cabeça, o gol de empate, cinco minutos depois do gol de Cahill. O resultado decretava a prorrogação e o Chelsea parecia viver inversamente, a situação da final de 2012, contra o FC Bayern. Com empate obtido no fim da segunda etapa levando a decisão para o tempo extra.

Após o penalti estapafúrdio cometido pelo capitão parisiense Thiago Silva, que cortou bola aérea com a mão, o tempo extra parecia uma prolongação do sofrimento, quando Hazard converteu a penalidade e colocou o Chelsea novamente a frente. Mas Thiago Silva, acusado de portar “problemas emocionais” no último Mundial, fez o gol de empate em 2×2, o qual deu a classificação para o PSG a seis minutos do fim da prorrogação.

No começo de 2015 o PSG vivia um momento de queda de confiança. O treinador Laurent Blanc passou a escalar o time com seus três zagueiros brasileiros caros David/Thiago/Marquinhos, exatamente a partir do jogo de ida das oitavas de final da CL. A opção cautelosa foi acertada e o custo benefício tem sido razoável. Se somados os valores pagos pelos três, o montante quase que ultrapassa os 100 milhões de Euros.

Em termos táticos o PSG atuou num 3-5-2 franco, com Maxwell praticamente aberto pelo lado esquerdo, compondo o quinto homem do setor de meio-campo. A postura sugerida por Blanc era quase tão defensivista quando a de Mourinho, uma vez que Thiago Motta foi fixado na cabeça de área parisiense.

No aspecto ofensivo, a lesão do brasileiro Lucas reabriu uma oportunidade para o pouco badalado meia argentino Javier Pastore, único atleta de ataque que pode atuar centralizado como meia. O milionário elenco parisiense tem três zagueiros caríssimos, mas opções praticamente nulas de meias de criação que atuem centralizados.

Porém o mais importante é que o PSG tem provado sim, que pode se desvencilhar da “Ibrahimodependência”.

Já classificados para as quartas de final da Champions League 2014/2015: FC Porto, Real Madrid, FC Bayern e Paris Saint-Germain.

Foto de Thiago Silva: T. Melville – Reuters

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
Top