O prelúdio ao menos na Espanha, era de críticas ao Real Madrid, que nesta terça recebeu o Schalke 04 no Santiago Bernabéu. A partida de volta valia pelas oitavas de final da Champions League. Tendo vencido na Alemanha no jogo de ida, o Real Madrid detinha dois gols de vantagem. Poderia perder por 1×0 uma partida em que acabou derrotado por 4×3, pelo time azul royal. Ainda assim se classificou.
A imprensa esportiva espanhola, por vezes não difere muito da brasileira, tentando (e muitas vezes conseguindo) manipular as reações da torcida. Na liga espanhola os blancos vinham de um empate e uma derrota, além de consequente perca da liderança. Na véspera da partida pela CL, os jornalistas de Madrid clamavam a saída de Gareth Bale e, exigiam que Carlo Ancelotti mudasse o esquema tático do 4-3-3 para o 4-4-2.
O problema blanco eram os desfalques por lesões físicas. Dentre eles Sami Khedira, Fabio Coentrão e Luka Modrić. Os três foram relacionados e os dois primeiros surgiram como titulares. O time merengue ainda atuará mal por umas duas ou três rodadas de La Liga, uma vez que os três citados estavam sem tempo de bola e compreensivelmente, sem ritmo de jogo.
A escalação teve Casillas, Arbeloa, Pepe, Varane e Coentrão. Khedira, Kroos e Isco. Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo. O posicionamento sem posse de bola, era muito superior ao visto nas últimas partidas. Na necessidade de segurar o resultado, Carletto optou por Coentrão, melhor defensivamente na lat. esquerda, no lugar de Marcelo. Khedira mais fixo, era o interditor que faltava a frente da linha defensiva, tendo o alemão características de ir a frente em contra-ataques.
O Schalke saiu na frente aos 20 min com Fuchs. Cinco minutos depois, Cristiano Ronaldo empatou. O time azul royal virou o marcador fazendo 2×1 com Huntelaar aos 40 min. CR7 novamente colocou a igualdade no placar fazendo 2×2, ao fim da primeira etapa. Com este resultado o Schalke precisava de fazer 5×2 no segundo tempo, para se classificar.
Benzema voltou a marcar gols com menos de 10 minutos de tempo complementar, fazendo 3×2 Real Madrid. Pouco depois, Sané fez 3×3 para o Schalke. O sistema defensivo merengue voltou a oscilar após a saída de Coentrão, que não tinha condições de atuar os noventa minutos, sendo substituído por Marcelo. Ancelotti dispôs Modrić em campo, no intento coerente de controlar a posse de bola.
O croata porém padeceu da própria falta de ritmo, substituindo Khedira que também tinha condições de atuar por apenas 60 minutos. Aos 84 min, Huntelaar fez o quarto gol alemão. Se o Schalke conseguisse um a mais, se classificaria, algo que não aconteceu.
As vaias.
O galês Gareth Bale era constantemente vaiado e a torcida merengue reagiu negativamente ào desfecho do eletrizante partida, menosprezando a classificação. Na saída de campo, o capitão Casillas reuniu os companheiros sinalizando para saírem juntos de campo. Cristiano Ronaldo foi focalizado à parte pelas câmeras, ostentando um semblante contrariado enquanto observada a torcida.
Os dias ruins em Valdebebas parecem clamar um horizonte interessante. Jogadores como Cristiano Ronaldo jogam para si, antes de qualquer discursinho populista enaltecendo a torcida. As vaias talvez sejam a motivação perfeita para reverter o déficit mental/psicológico que abateu o elenco blanco, nas últimas semanas.
Foto de Huntelaar anotando um dos gols do Schalke: Andres Kudacki
