Nesta terça-feira o clube espanhol Atlético de Madrid anunciou a renovação de contrato do seu atual treinador, o argentino Diego Simeone. A extensão do vínculo de “el cholo” se dará até 2020, sendo a sua manutenção um dos pilares do projeto Atlético 2020. Segundo o periódico espanhol El País, Simeone terá um salário em torno de seis milhões de Euros anuais. Os valores exatos não foram divulgados.
Ex-jogador e ídolo do próprio Atlético, Simeone se vê valorizado no mercado futebolístico europeu. Haviam rumores de que “cholo” aceitaria propostas do futebol inglês para a próxima temporada, algo que não vai mais acontecer. Como treinador colchonero Simeone está no comando do time desde dezembro de 2011, quando chegou com a equipe ameaçada de rebaixamento.
O ex-volante argentino obteve marcas expressivas nas últimas temporadas vencendo Europa League (2011/2012), Supercopa da Europa e Copa Del Rey (2012/2013), La Liga e vice campeonato da Champions League (2013/2014). Basicamente, o Atlético venceu um título expressivo por temporada, desde que o argentino assumiu o comando técnico. O vínculo atual do treinador expiraria em 2017.
Do Calderón ao La Peineta.
Seguir com “el cholo” era uma exigência de Wang Jianlin, magnata chinês que recentemente se tornou acionista do Atlético. Jianlin injeta o principal aporte financeiro do projeto Atlético 2020, o qual inclui a estreia no novo estádio La Peineta, que passará a substituir o mítico Vicente Calderón a partir de 2018.
O La Peineta será um dos estádios mais modernos da Europa e seu empreendimento originalmente visava fazer dele um estádio olímpico de Madrid. A capital espanhola utilizaria o La Peineta nos jogos olímpicos de 2016 mas a cidade perdeu a candidatura para o Rio de Janeiro (RJ/Brasil). Com mais da metade de suas obras em andamento, a organização da candidatura de Madrid e o poder público local autorizaram o Atlético a fazer do recinto, um estádio exclusivamente de futebol.
No aspecto futebolístico, a imprensa espanhola observa como fato raro local a manutenção de um treinador por tanto tempo. Simeone baterá o recorde de seis temporadas ainda ostentado por Ricardo Zamora, treinador colchonero entre 1940 e 1946. “El cholo” compete agora com Luís Aragonés (ex-seleção espanhola campeão da EURO 2008), pelo posto de maior treinador da história do Atlético de Madrid. Somadas todas as passagens de Aragonés pelo time rojiblanco chega-se a 14 temporadas.
Numa perspectiva tática, o El País chama a atenção do entendimento de “cholo” em relação a forma do Atlético historicamente jogar. Ou seja, um estilo baseado na intensidade, o qual se vale da alternância da forte postura defensiva e saídas em contra-ataques rápidos.
Na oficialização da renovação ocorrida em Madrid, Simeone agradeceu ao clube e à confiança depositada. Nominalmente, “cholo” afirmou que “a estabilidade é difícil de conseguir e o clube tem confiado num grupo de trabalho que tem o feito muito bem”. A “estabilidade” proferida por Simeone é o âmago do projeto Atlético 2020. Ou seja, fazer com que o clube se mantenha frequentemente na disputa da Champions League. Os colchoneros não dispõem do poderio financeiro de Real Madrid e Barcelona.
Quando perguntado pela imprensa o que ele Simeone ainda tinha oferecer, “cholo” respondeu: “Quando cheguei naquele 27 de dezembro de 2011, nesta mesma sala eu sonhava com uma equipe competitiva e contra-golpeadora intensa. Jogasse contra quem jogasse, que não se intimidasse com a camisa do adversário. O importante era que os meus atletas entendessem a camisa que vestem, não o que ela representa.”
O Atlético se vê em quarto lugar na tabela de La Liga e aguarda o início das quartas de final da Champions League em abril, quando enfrentará o rival Real Madrid.
Foto de Simeone, do presidente colchonero Enrique Cerezo e do diretor esportivo José Caminero: Javier Lizon – EFE
