Após a desastrosa derrota para o Celta por 2×0, há praticamente uma semana, o Atlético de Madrid recebeu o Almería no Vicente Calderón (Madrid), no último sábado pela vigésima quarta rodada de La Liga. Os rojiblancos venceram por 3×0. O time colchonero teve o retorno de diversos desfalques, ausências que tornaram a partida da rodada rodada anterior, um inferno.
Na véspera da vitória contra o Almería, o técnico Diego “el cholo” Simeone seguiu com seu discurso “pés no chão”, ainda dentro da perspectiva do “jogo a jogo”, que o próprio “cholo” fez característica na última temporada. Simeone afirmou que a derrota para o Celta tornava difícil a manutenção de quatro pontos de diferença para o primeiro colocado (Real Madrid).
Enfatizou a importância da briga pela vaga na próxima Champions League, disputa que o Atlético mantem em relação aos também tradicionais Valencia e Sevilla. Os times adversários foram elogiados por Simeone, que também engrandeceu a campanha do Villarreal. O periódico espanhol El País frisou as palavras do treinador colchonero, afirmando que o campeonato do Atlético “segue enquanto o mesmo de Valencia e Sevilla”.
O fator Arda.
No aspecto técnico/tático, o El Pais também enfatizou a ausência do meia turco Arda Turan que retornou ao time titular contra o Almeria. Para Ladislao Moniño o analista do periódico espanhol, a melhor versão do Atlético é “uma unidade indivisível e sincronizada dotada de uma repartição cartesiana e inegociável dos esforços”.
Segundo Moniño, o sincronismo racional cartesiano representa “a ordem e o equilíbrio da forma como o time se mantém enquanto um exército adestrado pela causa do jogo coletivo”. A alusão ào racionalismo do filósofo francês René Descartes (Cartesius em latim, por isso “cartesiano”) é oportuna definindo bem a postura defensiva do time. Um erro ou uma peça fora do lugar, pode ocasionar um revés.
O meia turco Arda Turan seria o artífice da manutenção do jogo coletivo colchonero. Turan detém segundo o El País, um índice 85% de passes certos, sendo o principal passador do elenco. Somadas às ausências de Raul Garcia, Koke e de Tiago que se lesionou com meia hora de partida contra o Celta, o desastre era inevitável.
O fator Griezmann.
Com a formação Moyá, Juanfran, Miranda, Godín e Siqueira. Turan, Tiago, Gabi, Saul e Griezmann. Mandzukić, o Atlético tinha a sua melhor configuração contra o Almería. O meio-campo com Turan e Tiago, sendo os dois volantes a frente da defesa, se desenhava em 4-2-3-1. Os colchoneros aniquilaram facilmente o Alméria em menos de 30 minutos de partida.
Os gols foram anotados por Mandzukić (1 tento aos 12 minutos de penalti) e Antonie Griezmann, que por sua vez anotou dois gols, aos 21 e aos 28 minutos. Com os melhores passadores em campo, Griezmann rende o seu melhor, tendo sua virtude maior, a transição em velocidade, explorada de forma efetiva.
Simeone enalteceu o papel de Griezmann após o jogo, sendo o francês o terceiro homem à esquerda da linha dos 3 meias do 4-2-3-1. Griezmann quebra a marcação adversária, não exatamente atuando pelos lados do campo, mas sim movendo-se dentro da área como um segundo atacante. Para Simeone, deixá-lo nas pontas é também deixá-lo demasiado longe do gol adversário. O francês segue artilheiro da equipe com 14 gols.
Com a derrota do vice-líder Barcelona para o Málaga por 1×0, o Atlético segue em terceiro com 53 pontos, três a menos que o time catalão (56 pontos). O próximo compromisso do Atlético é pelas oitavas de final da Champions League. O time colchonero visita o Bayer Leverkusen na Alemanha, na quarta-feira.
Foto de Griezmann no lance do terceiro gol do Atlético: Gerard Julien – AFP