Espanha: críticas a Diego Costa.

Na semana que se encerrou, a seleção espanhola foi a Eslováquia enfrentar a seleção local pelas eliminatórias da EURO 2016. A “fúria” acabou desastrosamente derrotada por 2×1 pelos eslovacos, em campo liderados por Marek Hamsik (do Napoli), na última quinta-feira. A imprensa espanhola direcionou as suas cobranças por gols, para o atacante brasileiro naturalizado espanhol, Diego Costa.

Apesar do começo esplendoroso na Premier League por seu novo clube, o Chelsea, Diego Costa (9 gols na liga inglêsa) segue passando em branco pela seleção espanhola. O El País foi frontal, afirmando que nos três últimos títulos relevantes obtidos pela seleção (EURO 2008 e 2012, Mundial 2010), a Espanha jogava sem um centroavante fixo, e era mais objetiva. Ter um “camisa 9 clássico”, fez com que o time perdesse seu estilo, segundo os espanhois.

O El País frisou o papel do meia Fàbregas enquanto “falso 9” durante a campanha da EURO 2012, sendo que naquela ocasião, a fúria atuou com David Silva e Jesus Navas pelos flancos esquerdo e direito respectivamente. David Silva também pode atuar na área como atacante. Em contraparte, o periódico espanhol também ressaltou as atuais ausências de Xavi e David Villa. O primeiro já vive um crepúsculo de carreira e o segundo, outrora um artilheiro nato, já se aposentou da seleção.

A manutenção da posse de bola no meio-campo espanhol já não é mais a mesma, principalmente por Xavi não estar mais ali, e a situação se estende desde a eliminação na primeira fase da última Copa, meses atrás. Cogitava-se uma demissão do técnico Vicente Del Bosque, algo que não aconteceu.

O treinador segue no comando técnico da “fúria” e Diego Costa apenas se naturalizou espanhol, à vésperas do último Mundial, por força de Del Bosque. Pela idade, a busca por Costa (26 anos) é justificável. Porém tê-lo como opção única de atacante de área na última copa se torna incompreensível, haja vista a temporada que Llorente e Negredo fizeram em 2013/2014.

Fàbregas: “…de Quixote a Sancho Panza”.

O El País também sublinhou a transformação de Cesc Fàbregas que passou “de Quixote a Sancho Panza”. Del Bosque tentou posicionar Cesc e Diego Costa como ambos tem jogado no Chelsea, contra a Eslováquia. O resultado porém foi infertil. Segundo o El País, com Fàbregas mais a frente na final da EURO 2012, o meia participou de 42 jogadas, de um chute a gol e realizou três cruzamentos à area, na partida em que a “fúria” venceu a Itália por 4×0.

Contra a Eslováquia, Cesc jogou recuado praticamente como segundo volante, em boa parte do jogo buscando Diego Costa. Cruzou 19 bolas, chutou três vezes ao gol, tocou 103 vezes na bola, num total de participação em 82 jogadas. Cesc teve participação maior mas sem objetividade.

A Espanha correu atrás do resultado por toda a partida, tendo tomado o primeiro gol aos 16 min da primeira etapa, numa alardeada falha do goleiro Iker Casillas, que já perdeu sua titularidade para David De Gea. O “anônimo” Paco Alcácer entrou no lugar de David Silva e fez o gol de empate espanhol, aos 81 min. O eslovacos obtiveram a vitória com um gol aos 86 min.

Nos último cinco jogos a Espanha anotou apenas nove gols, Diego Costa ainda não marcou nenhum. A “fúria” não era derrotada em fase de Eliminatórias para a EURO, desde 2006. O próximo adversário da Espanha é a seleção de Luxemburgo, adversário a quem “la roja” visita, neste domingo.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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