Espanha: elogios a Diego Costa.

Após uma saraivada de críticas à má atuação da Espanha, derrotada na última quinta-feira pela Eslovaquia por 2×1, a “fúria” se recuperou neste domingo, batendo a fraca seleção de Luxemburgo por 4×0. Ambas as partidas foram válidas pelas eliminatórias da EURO 2016. Um dos alvos das críticas da imprensa espanhola, foi o atacante Diego Costa.

Na realidade, os mais de 500 minutos sem anotar gols por parte do brasileiro naturalizado espanhol eram só uma consequência. A Espanha se vê em “estado de depressão” desde o 5×1 sofrido na estreia do Mundial 2014, na partida contra a Holanda. O estado psicológico do time é parecido com o do Brasil pós 7×1, mas no caso da seleção espanhola o problema é compreensível e previsível.

Um possível desgaste do comando técnico de Vicente Del Bosque (vitorioso mas já em vias de se tornar obsoleto), somados ao fim de carreira constatados de Iker Casillas, Xavi Hernandez e Xabi Alonso também precisam ser colocados na conta. Casillas (33 anos) se vê num mal momento há pelo menos duas temporadas, algo assumido e expresso pelo proprio goleiro em programa televisivo espanhol, há pouco mais de uma semana.

Del Bosque sinalizou a escalação de De Gea em seu lugar antes mesmo do jogo contra Luxemburgo. Além do goleiro, a dupla Xavi e Xabi eram alicerces do meio campo espanhol e nem se fazem presentes nas últimas convocações. São atletas que necessitarão de maior atenção no trabalho de preenchimento de suas lacunas deixadas. Talvez, nem substitutos a altura hajam. Javi Martinez, o substituto na seleção de Xabi Alonso se vê lesionado no FC Bayern e só deve retornar em 2015.

Contra Luxemburgo, “la roja” se desenhou num 4-2-3-1, sendo que Juanfran, Albiol e Fábregas também foram barrados. O sistema defensivo porém se estabilizou com Carvajal, Piqué, Bartra e Jordi Alba, mais Busquets fixo à frente da linha defensiva. Carvajal (que surgiu no lugar de Juanfran) concedeu o equilibrio, que Alba pela esquerda solicita, devido aos seus avanços. O entrosamento de Barcelona do miolo Piqué/Bartra (este no lugar de Albiol) mais Busquets, foi decisivo.

O gol de Diego Costa.

Diego Costa anotou o terceiro gol da contagem, aos 68 min e sequer comemorou, expressando palavras de alivio em coletivas pós jogo. Com Costa fixo à frente, David Silva (que fez o primeiro gol), Iniesta e o anônimo Paco Alcácer (substituto de Fábregas, que fez o segundo gol) formaram um bom trio de meias ofensivos. Segundo o periódico espanhol El País, Diego Costa arrematou sete vezes em toda a partida, quatro em direção ao gol.

Uma intepretação “supersticiosa” poderia apontar alguma “maldição” jogada por Felipão, quando o mesmo atacou publicamente Diego Costa, pela decisão de abdicar da oportunidade na seleção brasileira, para se dedicar à Espanha. Firmando-se no time, Costa é o grande nome do ataque espanhol no ciclo que inclui a próxima EURO e o Mundial 2018.

Em termos clubísticos/profissionais, Diego Costa já é superior à Fred, por exemplo. E nesse aspecto, torna-se minimamente compreensivel o “chilique” de Felipão, naquela época.

Foto: Yves Logghe

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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