Espanha 2×1 Uruguai (a fúria segue a mesma)…

Na primeira partida do grupo B da Copa das Confederações vimos neste domingo a Espanha mostrar-se a mesma dos últimos cinco anos em que colecionou duas EUROS (2008, 2012) e um Mundial (2010). Com dez minutos de jogo via-se os atletas blaugrenas da fúria (Alba, Iniesta, Xavi, Pedro e Fabregas) fazer contra o Uruguai aquilo que eles costumam fazer no Camp Nou.

“Tik-taka” no entorno da área celeste com finalização na trave esquerda de Muslera, cortesia de Fabregas. Aos 13 min, todo o Uruguai se via encolhido em seu próprio campo. Pouco depois, chute de Pedro desgraçadamente (sim, torci para o Uruguai) desviado no zagueiro celeste Diego Lugano. Era o primeiro gol espanhol.

Os uruguaios já se mostravam nervosos, expressando jogadas ríspidas revidadas pela persona de Sergio Ramos, pelo lado espanhol. Creio que ainda não se tinham 35 min jogados, quando saiu o gol do pouco ou nada badalado Roberto Soldado. Espanha 2×0 e a conta já estava fechada.

Soldado merece dois parágrafos a parte. Os que acompanham o Real Madrid talvez se lembrem dele no período de declínio dos galácticos da primeira era de Florentino Pérez, por volta de 2003, 2004. Soldado as vezes entrava em campo, quando Ronaldo “fenômeno” ou Owen acordavam de mal humor, ou brigavam com a esposa na véspera da partida.

O atacante era visto no banco galáctico com outras iguarias blancas do referido período como Solari, De La Red ou Paco Pavón. Sim, o Real Madrid por vezes também conta com seus Arinelsons, Zi Zhaos e Parás da vida. Na última temporada Roberto Solado chamou atenção formando dupla de ataque com o brasileiro Jonas (ex-Grêmio porto nalegrense), no Valencia.

O clube do Mestalla não causar a próxima revolução no futebol espanhol nem ganhará a próxima CL, mas Soldado mostrou-se um homem de área regular. Tipo de homem de área pelo qual José Mourinho se descabelou por não ter no elenco do Real Madrid nas últimas três temporadas.

Mou bateu na mesa de Florentino logo que chegou pedindo Drogba (não adquirido por ter mais de 30 anos) ou Eto’o (não adquirido por ter sido do Barcelona). Eto’o aliás, um caso célebre de bons atacantes de área desprezados pela primeira gestão galactica de Florentino. Soldado não é pior do que Benzema, nem do que Higuaín.

A estratégia de Oscar Tabárez, técnico do Uruguai parecia ser, perder de pouco da fúria e ganhar dos outros dois times supostamente mais frágeis da chave, Nigéria (menos) e Taiti (mais). Viu-se um time exausto em campo, obrigado a suar sangue no meio da semana que passou para vencer a Venezuela pelas Eliminatórias, em troca de uma chance na repescagem.

Cavani carregou o Napoli nas costas durante toda a temporada, faltando a ele cobrar escanteios e correr atrás da bola para tentar cabeceá-la. Numa matéria feita pela rádio CBN durante a semana que passou, a equipe esportiva da rádio entrevistou um jornalista uruguaio (perdoem-me por não me recordar do nome dele); que explicou a função de Cavani na seleção. O atacante (ainda) partenopei tem sido obrigado a atuar pelos lados, para compor o meio de campo quando o time se vê sem a posse de bola.

Longe da área Cavani não tem a mesma efetividade que vemos no Napoli. Comparado com a seleção brasileira, Cavani cumpre função semelhante a de Hulk. Suárez passou em branco o jogo todo, a não ser no final da etapa complementar, quando acertou cobrança de falta magistral, fazendo o gol uruguaio. Espanha 2×1 Uruguai, placar final.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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