Enquanto protestos aconteciam e com a partida iniciada após o povão vaiar a presidente da república, o Brasil fez o esperado contra um Japão lúcido. Não, aqui não vamos incensar ainda mais Neymar, que depois de seis meses e uma transferência para o Barcelona, acertou um chute que justifique a badalação em torno de si mesmo.
Para vencer um Japão que sofre com falta de poderio ofensivo, basta um superestimado Neymar em péssima fase. O catenaccio nipônico do italiano Alberto Zaccheroni mostrou-se bem personificado. Linhas organizadas, jogo pelas extremidades do campo. Se falta aos japoneses vocação ofensiva, organização coletiva por outro lado, é uma virtude. E os japas ainda aprenderam a “bater”, cometendo faltas oportunas no campo de ataque.
Zaccheroni propôs o básico, duas linhas de quatro onde o “grande” Fred, matador customizado pela Tevebrás, emissora oficial, ficou encaixotado. Se a bola não chegava a ele, da parte dele nada podia ser feito. Coube aos atletas brasileiros do meio-campo para trás avançarem. O aclamado Paulinho (ao qual cabe o superlativo sem aspas) avançou e contou com a sorte do goleiro Kawashima chegar atrasado e rebater a bola de forma equivocada.
Era o segundo gol do Brasil e a constatação de que o editor deste blog gosta menos do que eu, do volante do Corinthians. Mas Fred, o “grande cone” mal consegue se livrar das linhas de impedimento. Espera a bola como todo centroavante tipicamente brasileiro, que acredita que futebol é um esporte individual.
Jô não é um gênio da bola. Teve porém passagens obscuras pelo futebol europeu, que pouca gente fez questão de noticiar. Mas possivelmente, teve mais êxito lá do que Fred no Lyon, onde deve ter feito apenas dois gols. Um dos gols de Fred foi o de sua estréia pelo clube francês e o segundo aquele que sempre aparece na tevê; comemorando com uma chupeta em homenagem ao filho (a) recém nascido (a).
Jô atuou no inverno russo pelo CSKA, clube por onde, este que vos escreve; se recorda de tê-lo visto em partida da Champions League contra a Internazionale, matando bola no peito sufocado entre Materazzi e Samuel, para finalizar e marcar. Centroavante habituado ao jogo europeu, onde saber jogar sem bola é também uma virtude.
Nos poucos minutos em que esteve em campo, Jô caminhou entre os zagueiros japoneses, para receber a bola de Oscar, na hora certa e fora de impedimento. O básico feito em quatro, cinco minutos em campo que bastaram para o atacante do Galo fazer Brasil 3×0 Japão. Oscar também deve ter saído de campo feliz, alguém conseguia fazer aquilo que qualquer Demba Ba faz no Chelsea. Se Oscar anda “apagado”, a culpa não é dele, pois sabe jogar coletivamente.
O obscuro Jô que após a passagem pelo CSKA conseguiu chegar a Premier League, tendo apenas o azar de se transferir para o Manchester City, em momento de transição. Os citzens tinham o comando passado do controverso magnata tailandês Taksin Shinawada para os atuais mandatários árabes. Jô não é pior do que Adebayor e este é o meu protesto pacífico contra o “grande Fred”…