“We are a team of devils. Our colors are red as fire, and black, to invoke fear in our opponents.”
(HERBERT KILPIN, fundador do A.C. Milan)
O San Siro recebia o aguardado embate entre Milan x Barcelona, obviamente com todos aqueles que acompanham a CL projetando grande favoritismo para o time blaugrena, que se apresentou com um uniforme laranja e amarelo. Era o outro jogo da quarta feira pelas oitavas de final da CL, paralelamente a Galatasaray 1×1 Schalke 04.
O humilde ‘rebuilding’ Milan se alinhava com Abbiati, Abate, Méxes, Zapata e Constant. Ambrosini, Montolivo e Muntari. Prince Boateng, Pazzini e El Shaarawy. O reforço vindo na janela de inverno, Mario Balotelli viu a partida das tribunas pois já foi inscrito na CL pelo eliminado Manchester City.
Allegri dispunha de uma formação 4-3-3 que poderia se desenhar em 4-4-2, pois Boateng pode flutuar para a composição de quatro homens no meio. A proposta rossonera era parecida com a da temporada passada, quando, nas quartas de final segurou este mesmo Barça em Milão num empate sem gols, jogo de ida.
Com um chamativo jogo coletivo, o Milan conseguia anular as tentativas de penetração em seu campo defensivo por parte do Barcelona. Xavi, Fabregas, Iniesta e Messi se viam em campo, por incrível que pareça padecendo de uma marcação absurdamente solidária por parte do sistema defensivo milanista.
A marcação rossonera se via extremamente adiantada, mostrando que é possível tentar sufocar a saída de bola blaugrená. Quando podia o Milan buscava o contra ataque tendo no decorrer do primeiro tempo uma chance com El Shaarawy que adiantou de mais a bola e logo depois de um escanteio cobrado por ele, Boateng chutando bola que passa próxima ao poste direito do gol de Valdez.
Era o Barcelona tendo ao fim do primeiro tempo dificuldade em se sobrepor ao adversário, o Milan só não era melhor por errar muitos passes quando detinha a posse de bola.
Born again…
No segundo tempo o equilíbrio prosseguia, porém com o Barça conseguindo encolher o Milan em seu campo de defesa. Aos 13 min, Montolivo cobra falta que desvia de forma estranha no zagueiro Zapata com a bola sobrando para o reabilitado Prince Boateng fazer Milan 1×0 Barcelona.
Era estranho, pois o Barcelona se mostrava nervoso em campo, cometendo muitas faltas e protagonizando jogadas ríspidas. Abate e Méxes outrora defensores subvalorizados pelos ‘entendidos’ faziam uma partida esplendida. Méxes que na temporada passada, junto a Bonera e Antonini comandados por ‘meio’ Nesta em decrepitude de carreira, não se intimidaram diante deste mesmo Barcelona.
Muntari, tido por muitos como ‘tosco’ retornou de contusão e trazia consistência ao lado esquerdo do meio campo rossonero, possibilitando cobertura a Constant, a invenção de Allegri para suprir a falta de um lateral esquerdo. O Milan era superior ao melhor Barcelona de todos os tempos.
O jovem Niyang, sensação do ataque milanista na Série A vem a campo no lugar de Pazzini. Em jogada tramada por ele, aberto pela direita, a bola é passada para El Shaarawy que serve uma assistência fantástica para…Muntari invadindo a defesa catalã pela esquerda! Era o segundo gol, Milan 2×0 Barcelona, o placar improvável. A única partida desta ‘perna’ de ida das oitavas de final da CL, cuja previsão de favoritismo deste que vos escreve que não se concretizou.
O Milan apresentou um time renovado que não se intimidou perante o Barcelona numa partida de Champions League. E impôs uma inesperada vantagem de dois gols perante o Barcelona. Messi, Xavi e Iniesta podem, é claro, fazer o que se espera deles no Camp Nou.
O Milan que naquela final da CL de 1994 impos 4×0 no Barcelona. É improvável que este Milan seja campeão da CL 2012/2013, mas a camisa rossonera heptacampeã da CL transcende a condição de ‘rebuiding’. Agora temos o ‘rebirth’ Milan!
(foto: fanpage oficial do A.C. Milan no Facebook)