Seleção Olímpica

O Brasil já se vê nas semifinais dos jogos Olímpicos de Londres. A questão aqui não é a competência de Mano Menezes, muito menos uma previsão acerca das chances do Brasil chegar ou não a final. A questão aqui cai sobre três promissores nomes que compõem o ataque brasileiro.

Oscar agora ex-Inter/RS já se vê negociado com o atual campeão europeu Chelsea. Rumores ligam interesse do Milan e do Tottenham em Leandro Damião. Lucas pode estar sendo negociado com o Manchester United ou com a Internazionale.

Sem fazer uma pesquisa eu não consigo me recordar dos atletas de destaque do Brasil medalha de bronze nos últimos jogos Olímpicos em Pequim. Havia um Thiago Neves que nunca justificou nada. Um Ronaldinho Gaúcho já em decadência entre os maiores de 23 anos. E quem mais?

E quatro anos antes? Algum leitor se lembra de alguém de destaque na seleção que deveria ter ido a Atenas? Kaká e Adriano foram vetados do pré olímpico na época por Milan e Internazionale respectivamente. Robinho e Diego, sim aqueles, baixavam as calças um do outro na frente das câmeras da imprensa.

O Brasil já se vê há dois Mundiais tendo sido eliminado nas quartas de final. E temos uma seleção principal em momento de ‘entre safra’, onde eu sustento aquilo que Paulo Vinicius Coelho frisou em sua ultima aparição no programa do Jô Soares a coisa de dois meses. PVC assinalou uma distancia muito grande entre consagrados como Kaká ou R10 (ambos na casa dos 30 anos) sofrendo de decrepitude física (Kaká) ou técnica (R10). E os talentos mais recentes como Neymar (20 anos).

Oscar e possivelmente Lucas atuarão na próxima temporada na liga européia mais importante, a Premier League britânica. Damião talvez seja negociado com o Milan, Tottenham ou com outro grande clube europeu qualquer.

Há jogadores que até o momento fogem do perfil atleta/celebridade nesta seleção como Marcelo, Thiago Silva, Hulk, Rafael Silva ou até mesmo Alexandre Pato casado com uma celebridade italiana. A pergunta que este que vos escreve faz e talvez não obtenha resposta imediata, é qual a probabilidade dos mesmos não se tornarem imbecis?

O vácuo entre Kaká/R10 e um Neymar deveria estar sendo preenchido por jogadores talentosos mas que por idiotice ou distúrbio psicológico ou má gerencia profissional atiraram a carreira no lixo ou as três opções juntas. E todos nós sabemos quem são.

Procura-se

Adriano Leite Ribeiro, nascido em 17 de fevereiro de 1982, sete dias mais novo do que este que vos escreve estava avaliado em 100 milhões de Euros quase oferecidos pelo Chelsea e prontamente recusados por Massimo Moratti mandatário da Inter; por volta de 2004-2005.

Naquela época este que vos escreve saía da universidade formado e sem perspectiva imediata de emprego. Aos 30 anos Adriano deveria ser o camisa 9 a preencher a lacuna deixada por Ronaldo. A colocação aqui não os compara em termos técnicos nem estende a aura de Adriano ao que Ronaldo futebolisticamente já representou.

Trata-se de uma peça de reposição que se perdeu sozinha. Perguntas acerca de quando o ‘imperador’ voltará a jogar já não são mais levadas a sério.

Robinho, que brincava de abaixar as calças do companheiro Diego no pré-olimpico que antecedia os jogos de 2004 padece da própria cretinisse. Forçou saída de Real Madrid, forçou saída do Manchester City já sob gerencia árabe e atualmente é jogador de rotação no plantel cuja ambição maior é ser melhor do mundo, sem sair do banco do Milan.

Segue sem ser decisivo, sem nunca ter vencido uma Libertadores, nem uma Champions League e nem um Mundial pela seleção. Seu esporte deve ser o ‘robinhobol’ modalidade futebolística individual criada por ele mesmo.

Até o citado Diego de quem se esperava menos conseguiu desenvolver uma carreira minimamente profissional, se comparado a Robinho, com bons momentos no Werder Bremen ou recentemente no Atlético de Madrid. Diego contabiliza duas finais de Taça UEFA/Europe League e um título no currículo.

Breno que poderia estar nesta seleção olímpica, saiu do SPFC por volta de 2007, a contragosto de Juvenal Juvêncio que teve que abrir um sorriso amarelo diante de 20 milhões de dólares depositados pelo FC Bayern.

Os bávaros devem ter se arrependido de cada centavo, sobretudo após a última EURO, devem ter ficado minimamente ‘muito putos’ ao verem Hummels em campo pelo nationalelf. Oriundo das divisões de base do próprio Bayern, Hummels foi para o Borussia Dortmund onde venceu a última Bundesliga.

Paralelamente o Bayern observava Breno ser condenado pela justiça alemã por ter ateado fogo na própria residência. Carlos Alberto, nem titular do Vasco atualmente consegue ser, após ter sido campeão da CL 2004 pelo Porto e ter sido eleito o melhor em campo na final com apenas 18 anos. Ok, ter sido treinado por José Mourinho em tenra idade com certeza deve ser uma experiencia absurdamente traumatizante, damos um desconto.

Vocês leitores devem ter berrado mais uns trocentos nomes de jogadores brasileiros que se perderam nos últimos oito anos, contribuindo para a queda da seleção e para a desvalorização dos próprios atletas brasileiros no mercado europeu. A questão que deixo é, com quantos da atual seleção olímpica contaremos nos próximos dois Mundiais?

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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