Quanto custou cada ponto na Europa?

O blog publica hoje quatro posts trazendo uma comparação sobre quanto cada clube nos quatro maiores campeonatos da Europa (Inglaterra, Espanha, Alemanha e Itália) conseguiu em relação aos seus investimentos em contratações na temporada recém-encerrada, em termos de pontos conquistados (e outras marcas). Não estão levados em conta as conquistas em copas (nem dos avanços dos times nas competições europeias), algo que certamente faz diferença e teria relevância na avaliação dos gastos como um todo. Também não estão inclusas as receitas de equipes que também venderam bastante (como Genoa e Wolfsburg), o que diminuiria a sensação de mau gerenciamento do dinheiro. De qualquer forma, é possível tirar conclusões que provam – mais uma vez – que ter dinheiro está longe de ser tudo na montagem de um time (lição que reprovou mais uma vez Real Madrid e Manchester City). Mas as conclusões não param por aí.

Como será possível observar nas tabelas, também dá para ver que, sem dinheiro, é quase impossível conquistar títulos nessas ligas. Isso faz a conquista do Dortmund uma obra-prima, dado o investimento contido e o estabelecimento de uma base sólida sobre a qual o clube (que há poucos anos estava enterrado em dívidas impagáveis). Outra observação digna de nota é o modo como clubes como Chievo, Levante e Hannover mostraram que dá para montar um time competitivo com poucas (ou nenhuma) grana em contratações.

Contudo, como já mencionado, a grande lição vem dos gastões europeus. Além dos risíveis gerenciamentos de Real e Manchester City, Wolfsburg, Liverpool e Genoa mostraram que a má escolha de um treinador ou a recusa burra em dar ao mesmo os jogadores que ele precisa para atingir a meta desejada são uma receita para a catástrofe. Com a regulamentação da Uefa sobre gastos sustentáveis a caminho, os clubes que se insistirem na gastança amadora parecem fadados à ruína (ou à lavagem de dinheiro sujo, claro…)

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
Top