Liverpool vive dilema de novo estádio

A construção de novos estádios não é só prioridade aqui no Brasil, sede da próxima Copa do Mundo. Dentro da nova economia do esporte, virou pontp-chave. Em Liverpool, uma tempestuosa venda do clube tem a construção de uma nova casa a raiz do problema. Os novos compradores sabem que não têm como gerir o clube sem a receita de um estádio maior do que o legendário Anfield, de 126 anos. Só que a autorização para a construção de um novo estádio em Stanley Park vence no ano que vem e as autoridades querem que o atual campo seja reformado para revitalizar a área de Anfield, uma das mais pobres da cidade. Em vez de construir um estádio todo novo, dizem analistas, é muito mais lógico reformar o atual, levando melhorias para a região e diminuindo o impacto no resto da cidade. Ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, o estádio não é uma fonte de renda imediata. Sem um planejamento pesado de utilização do mesmo para outros eventos (realização de show, eventos, instalação de shopping, etc), acabar transformando-se em uma despesa pesada. Vários clubes europeus como o Vitesse, da Holanda, não conseguem fazer o estádio dar lucro. O alerta serve para os clubes e prefeituras brasileiras que receberão a Copa de 2014.

Dois Toques

-No caso do Liverpool, que num novo estádio a casa lotada semanalmente (em torno de 70 mil pessoas), o dilema é descobrir quem paga a conta enquanto a renda de público fica empenhada nas despesas da construção

-O Arsenal contornou a questão ao tranformar o antigo estádio num conjunto de apartamentos de luxo, que amortizou – e muito – a dívida feita para levantrar o Emirates Stadium.

PS: esta nota foi publicada no Lance! em 09/10.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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