E Kaká arriscou a carreira. De novo

Na sua primeira entrevista ao vivo depois da Copa de 2006, no programa de Galvão Bueno na Sportv, Kaká vaticinou: “Joguei a Copa de 2006 sem minhas melhores condições para ajudar a Seleção, mas não faria isso de novo”. A sábia decisão não se manteve. Na Copa de 2010, como qualquer um percebia, Kaká estava sem condição de jogo – não era um problema de ritmo. Não era só o problema no joelho que causou sua operação de quinta passada, mas também uma pubalgia – que, diga-se, ele não tratou com operação ainda no meio da temporada passada, provavelmente por pressão de seu clube e por receio de por em risco sua ida à Copa do Mundo. Segundo o médico belga Marc Martens, que o operou nesta semana, Kaká “arriscou sua carreira” ao jogar como estava. Cabe perguntar se o médico da Seleção, Pedro Luis Runco, não poderia – ou deveria – impedir o jogador de atuar dado o risco à sua carreira à qual se refere o belga Martens. A imprudência que teria existido no caso seria ainda maior do que o imbróglio envolvendo Elano, que teve uma lesão que não foi diagnosticada a tempo durante a Copa do Mundo e que antecipou o fim do torneio para ele.

Dois Toques

– A operação encerra a pior temporada de Kaká na sua carreira e tudo porque ele não deu ao próprio corpo a atenção que deveria. A insistência do Real em mantê-lo jogando foi tão nociva quanto as atuações durante a Copa lesionado.

– A temporada que se inicia é fundamental para Kaká, tanto pela sua recuperação – se insistir em jogar lesionado ele abreviará o seu tempo de carreira – quanto pela sua vaga no Real Madrid, que quer contratar o alemão Mesut Özil para 2011.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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