Esta Copa está mostrando demonstrações de rebeldia dos jogadores que são absolutamente incomuns. Os jogadores, que pensam unica e exclusivamente nos seus próprios interesses, contudo, estão sentindo que podem peitar treinadores. Até aqui, nos dois exemplos que ficaram públicos, França e Inglaterra, vejo desfechos diferentes se aproximando.
Na França, o aparente cheiro é o de conspiração, aquela atitude típica de ratos, que tramam pelas costas o que não têm coragem de falar às claras. Obviamente, o comportamento de roedor não é exclusividade dos boleiros. Jornalistas, políticos e advogados e quaisquer outras categorias têm suas corjas de liberais que são na verdade conservadores enrustidos apoiados no poder de outrem.
Na França, os ratos são exatamente os que estão para deixar o navio: Henry, Anelka, Malouda certamente não jogam o suficiente para formar o próximo setup francês, mesmo com uma França remodelada. O problema foi uma aversão dos três, mais Ribery e Evra, com Yoann Gourcuff, quase que certamente o ponto focal da próxima seleção. O perfil do próximo técnico, Laurent Blanc, é mais de um conciliador do que de choque e então creio que possa ocorrer um entendimento para recuperar Evra e Ribery, jogadores que ainda têm o que dar. Os jogadores estão indignados com o tratamento dado pelo jornal L’Equipe, que tem tratado-os como vermes rastejantes e há pressão dentro do grupo de jogadores para não demonstrar nada contra os “conspiradores”. É verdade que Domenech é um imbecil, mas perto do caráter dos líderes rebeldes, ele é um exemplo de ser humano.
Na Inglaterra, o rato se chama Terry. O zagueiro não engoliu a perda da faixa de capitão, ainda que causada pela própria falta de caráter. Como um bom roedor que caminha pelos esgotos, tramou às escondidas um golpe baseado na assunção de que ainda tinha liderança. Dois terríveis erros foram cometidos. Primeiro, que ele não é uma unanimidade na seleção inglesa, com somente seus colegas de Chelsea ao seu lado; segundo porque com Fabio Capello você não se mete.
Acredito ainda que a Inglaterra esteja entre as favoritas a vencer o Mundial, junto com a Espanha. Capello já esmagou a tentativa de golpe e peitou Terry às claras. Uma reunião relaxada entre jogadores e comissão técnica marcou a aparente paz (Capello mantém um regime militar na seleção desde que assumiu). Mas Capello é italiano e como se sabe, a Itália deu ao mundo o contra-ataque e Maquiavel. Terry não perde por esperar.
Eu não sou fã dos treinadores que querem ser as estrelas do jogo. Contudo, não há nada, absolutamente nada que eu abomine e despreze mais do que traidores, ratos que se esgueiram por falta de coragem de dar a cara para bater. Achei certa a eliminação de Anelka, o jogador mais sobrevalorizado da história do futebol e torço para que Capello esmague os traidores ingleses. Adoraria que a França entrasse em campo só com reservas, perdesse e que os traidores fossem caçados como ratazanas prenhas na sua chegada à França. De todas as coisas do futebol, a que mais me enoja é a ética do silêncio de quem não tem coragem de assumir as coisas. “Player power”, sim, mas dando a cara para bater.
Cassiano, se fosse vc o técnico francês, mandaria o Ribéry ir pastar? Ele é arrogante pra caralho, fez um doce danado pra renovar o contrato dele no Bayern, mas acho que nessa França ai não tem ninguém melhor que ele…
Não deve haver perdão a traidores. Um rato é sempre um rato, mesmo que finja ser outra coisa. Apurados quem são os ratos, eles devem ser defenestrados. A qualquer custo. abs
Poutz, a situação da França é meio que lastimável, essa copa acabou para eles, devem ter de pensar em 2014, recuperar Evra e Ribéry deve dar trabalho, mas deve dar certo, Ribéry, mesmo não gostando de Gourcuff, acho que gosta menos ainda de Malouda, Henry e Anelka, tentou a todo custo mandar os dois primeiros pro banco falando que queria ocupar de qualquer jeito a faixa esquerda se não me engano.
Na Inglaterra, Terry achou que podia aprontar para cima de um “galo velho” como Capello, coitado, acho que o corte do Ferdinand aumentou ainda mais o poder do Italiano no elenco, já que Gerrard nunca foi um líder na Inglaterra, como é no Liverpool, e apesar de ter suas opiniões, nunca foi de derrubar técnicos, e Beckham é uma presença que está 100% a favor do técnico(sacada boa do Capello diga-se). O futuro de Terry é acabar queimado e isolado.
veremos o que o Blanc fará nesse barril de pólvora que atualmente é o elenco da seleção francesa, e quanto a Inglaterra, Capello sempre sabe o que faz.
essa vai ser uma discussão muito pertinente no pós-Copa, porque até então, isso não era de uma maneira tão clara e explicita como foi hoje, e com grandes seleções, como França e Inglaterra, eu cresci vendo essas coisas acontecerem em seleções africanas, e em alguns times no Brasil.
Caro, foi até certo ponto, porque antes de ir à imprensa, ele aparentemente tinha apoio de alguns caras que roeram a corda, mas antes disso ele trabalhou pelo “Golpe”. Abraços
É leitura que eu procurava e sobre o principio de ‘racha’ na Inglaterra eu não imaginava até ler as noticias de hoje.
Perfeito, Cassiano. Só tenho um adendo. O golpe do Terry foi às claras, ele falou abertamente tudo o que pensava numa entrevista coletiva. Entre o que disse estão críticas veladas ao Gerrard e ao Lampard, seu companheiro de Chelsea. Então nem entre os companheiros de clube ele é unanimidade, imagino.
Vive la revolution, mas desde que cada um assuma o que pensa. Au revoir.
O Mourinho saiu do Chelsea porque o Abramovich foi reclamar do time com ele depois de um empate, se não me engano contra o Rosemborg e o português, humilde como sempre, disse: “Se não está satisfeito me demita”. E ele respondeu: “Está demitido”. Nada além disso. Abs.
Existe algum time no mundo com jogadores mais detestáveis que o Chelsea? Anelka, Malouda, Terry, Ballack (já dispensado), A. Cole…a lista é longa. Aliás, há rumores de que a saída de Mourinho da equipe londrina foi precipitada por uma discussão com JT.
Fico feliz que Capello tenha acabado com a insurreição logo no nascedouro. Se a Inglaterra for longe na Copa, o italiano sairá fortalecido, o que pode significar o fim da linha para o capitão do Chelsea na seleção.
O editorial do L´equipe no dia posterior à derrota frente ao México pegou mesmo pesado com os jogadores. Chegou mesmo a afirmar que eles discriminam Gourcuff por ser proveniente de uma família de classe média alta. Tomara que Blanc dê uma enquadrada no Ribery e deixe de convocar os conspiradores.
Seu texto parece os da Revolução Francesa.