A estreia da ParrÁfrica do Sul

Há algo a comentar sobre a estreia? Sempre pode haver, mas nada me surpreendeu. Um time mais habilidoso contra um extremamente dedicado e que com a torcida pode tornar difícil a vida de muita gente (leia-se França).

Acho curioso o técnico Parreira. A sensação que eu tenho é a que ele trabalha melhor no exterior do que no Brasil. O ranço criado contra ele antes e depois de 1994 devem ter criado uma falta de respeito atávica na geração de atletas que se formou então. A impressão é que lá fora ele é ouvido, aqui não.

Essa África do Sul é uma mostra de indícios que me causaram essa sensação. No primeiro tempo, os sulafricanos fizeram só nove faltas (16 no jogo) e controlaram o México, um time habilidoso se considerarmos a segunda linha mundial. O 4-4-1-1 de Parreira virava 4-4-2 porque Pienaar, bom jogador desde o Ajax de Koeman, van der Vaart e Ibrahimovic, jogava com liberdade para virar atacante e chegar na área. E tinha a tensão da estreia.

Cedo para dizer se o time vai longe, mas não diria que é um absurdo imaginar um empate e uma vitória contra França e Uruguai. E com 5 pontos, creio que os sulafricanos se classificariam. Daí, vuvuzelas incandescentes derreteriam nossos ouvidos.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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