Os fantasmas rubro-negros do Maraca

Foi Triste. Não. Foi estranho. Não me lembro de ter visto o Maracanã num outro jogo importante com a torcida do Flamengo tão morta. Parecia perceber que o jogo estava fadado a uma daquelas noites incômodas. O time? Não sei, não foi. Em campo, só estavam La “U” e alguns fantasmas. Rubro-Negros.

O jogo desta quarta começou a escalavrar uma crise flamenguista que vai custar a passar. O time não tem liderança. Está dividido em grupos. Os jogadores melhores tecnicamente acham que são MUITO melhores do que são. Adriano deve estar com uns 10kg acima de seu peso, pelo menos (e mesmo assim consegue fazer gols). Rogério Lourenço tem o mesmo “punch” para peitar os craques.

No ano passado, eu disse que o título do Atlético-MG faria mal ao time porque encobriria uma série de problemas do grupo. Fui linchado por meia dúzia de vagabundos mal-educados (e criticado por uma série de leitores coerentes). No título do Fla, alertei que esse era um risco da conquista. E esse risco está aí. É hora do Flamengo se desfazer dos jogadores problemáticos, mesmo os bons (Adriano, Bruno, Juan) e os supervalorizados (Leonardo Moura, Petkovic) e montar um time com um treinador respeitado e que tenha carta branca para impingir um reino de disciplina máxima na Gávea. O Fla é uma locomotiva. Sem direção, ela é perigosa para quem está dentro e para quem está fora.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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