Os fantasmas rubro-negros do Maraca

Foi Triste. Não. Foi estranho. Não me lembro de ter visto o Maracanã num outro jogo importante com a torcida do Flamengo tão morta. Parecia perceber que o jogo estava fadado a uma daquelas noites incômodas. O time? Não sei, não foi. Em campo, só estavam La “U” e alguns fantasmas. Rubro-Negros.

O jogo desta quarta começou a escalavrar uma crise flamenguista que vai custar a passar. O time não tem liderança. Está dividido em grupos. Os jogadores melhores tecnicamente acham que são MUITO melhores do que são. Adriano deve estar com uns 10kg acima de seu peso, pelo menos (e mesmo assim consegue fazer gols). Rogério Lourenço tem o mesmo “punch” para peitar os craques.

No ano passado, eu disse que o título do Atlético-MG faria mal ao time porque encobriria uma série de problemas do grupo. Fui linchado por meia dúzia de vagabundos mal-educados (e criticado por uma série de leitores coerentes). No título do Fla, alertei que esse era um risco da conquista. E esse risco está aí. É hora do Flamengo se desfazer dos jogadores problemáticos, mesmo os bons (Adriano, Bruno, Juan) e os supervalorizados (Leonardo Moura, Petkovic) e montar um time com um treinador respeitado e que tenha carta branca para impingir um reino de disciplina máxima na Gávea. O Fla é uma locomotiva. Sem direção, ela é perigosa para quem está dentro e para quem está fora.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.

11 Comments

  1. Vou escrever um post sobre a posição do Flamengo no caso do Bruno. Acho que a instituição temn culpa sim e simplesmente demiti-lo nao é o suficiente. abs

  2. A exposição negativa constante da imagem do clube no noticiário desapontou o maior ídolo da história. Na análise dele, o título brasileiro de 2009 foi prejudicial ao clube porque deu a ideia que os jogadores eram super-heróis que “tudo podiam”.
    – Não podemos mais tolerar (episódios como o de Bruno) porque o Flamengo acaba achincalhado, como está sendo. É muito duro ver o torcedor triste, cabisbaixo. Só os jogadores dentro de campo podem reverter isso. Peço que a torcida apóie para que o Flamengo volte a ter alegria. Não é porque conquistaram um título que eles poderiam fazer o que quisessem. O título brasileiro acabou sendo ruim. É preferível ter um clube limpo do que ganhar um título e acontecer o que aconteceu. Chegamos ao limite. Gostaria que esse grupo entendesse isso – desabafou.

  3. O BRuno é um ótimo goleiro. Para o Mesquita. Excelente tecnicamente, caráter inenarravelmente discutível.

  4. Os fodões do grupo estão queimando o Rogério Lourenço. Isso é nítido. Sinceramente, não sei como a torcida pode gostar de um cara com a postura do Petkovic. Nem que ele tivesse jogado o que o Zico jogou, daria para não fazer ressalvas. Mas para pioras, ele, em sua melhor fase, foi 12.73% do Zico pós-contusão. Abs

  5. Esse jogo foi estranho. Mostrou que a falta de comando fora de campo é complicada para quem tem grandes pretensões. O Flamengo chegou 30 minutos antes do jogo. Não usou como desculpa para a derrota, mas influiu bastante. O time chileno saiu de um local próximo e chegou 2 horas antes do jogo. Isso ocorreu por falta de alguém que pudesse gerenciar todas os detalhes do futebol.

    Concordo que alguns jogadores têm de sair do clube, principalmente meu ídolo, Petkovic. Este busca a mídia sempre como forma de se valorizar e mostrar que é uma liderança que o grupo deixou de lado. Duas imagens mostram isso: contra o Caracas, ele entrou deu bronca em todos (as câmeras filmara); contra a LaU, antes de entrar em campo no segundo tempo, ele pede a palavra e fala ao Love que ele fará os dois gols que perdeu no primeiro tempo (“coincidentemente”, havia câmeras no corredor de entrada para o campo). É alguém que quer jogar o tempo inteiro com a torcida a seu favor e, se necessário, contra o time. Na entrevista para a entrada em campo, o jogador afirma que não escutou nenhuma orientação do treinador, pois estava se aquecendo. O recado é claro.

    Acho que jogadores como Juan e Léo Moura ainda serão lembrados com carinho pela torcida. É inegável que fazem parte da geração mais vencedora desde os times de 80. Os dois venceram Copa do Brasil, 3 cariocas e um brasileiro. Não é pouco. Realmente, não sei se é apropriado mandá-los embora.

    Sou a favor de um treinador de dentro da casa. Porém, um problema histórico do Fla é não formar bons treinadores na base. O último foi Carlinhos. Sim, este foi um grande treinador, não só pela armação de seus times (sempre o atacante tinha de acompanhar laterais), mas pela capacidade de subir jogadores da base para o time de cima com segurança: a geração da copa-SP de 90, além de Reinaldo e Adriano. Tive boa impressão Rogério nos confrontos contra o Corinthians, mas ela enfraqueceu contra a LaU, principalmente, por causa da substituição feita após o intervalo, colocando o Petkovic. O time estava perto de empatar no fim do primeiro tempo. Com a entrada dele, a equipe parecia time de pelada de churrasco.

    O problema, portanto, é primariamente de comando. De comando de fora para dentro. Seria interessante ver o Flamengo com Felipão como treinador, mas não sei se ele teria idade para continuar peitando mídia para defender um grupo assim.

  6. concordo tb e so deixaria o leo moura no grupo. o flamengo eh ridiculo mesmo. consegue o mais dificil que eh classificar fora de casa contra o corintians e, nas quartas, nao consegue fazer o dever de casa e toma 3 gols!!! na minha opiniao todos defensaveis. o segundo nao acho que tenha sido falta no bruno e, no terceiro, nao sei pq ele nao foi na bola. o primeiro entao sem comentarios. sou flamengista e nao fico puxando sardinha pro meu time, admito os erros e as cagadas do time. eh impressionante a falta de profissionalismo desse grupo, a cara do brasil na verdade.

  7. concordo com o Michel, acho que o Léo Moura é aproveitável, e que de fato, deveria ser contratado um treinador competente e que tenha total autonomia para reformular amplamente a equipe.

  8. Confesso que tenho a maior paciência com o Bruno, mas não o vejo como um goleiro selecionável…longe disso! Ele nunca pega a bola do jogo e mostrou isso ontem.

  9. Vi os primeiros 60 minutos dessa partida e quase sempre foi um monólogo. La U, na maior parte desse tempo, surrou o nosso campeão sem piedade. Em alguns momentos chegava a ser surreal a superioridade dos caras.

    O Flamengo poderia ter sofrido cinco ou seis gols na partida de ontem sem nenhum exagero. E olha que não vi tudo!

  10. Post perfeito. Dos citados, deixaria o Léo Moura, mas sua observação da situação caótica vivida pelo Flamengo está corretíssima.
    Abraço.

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