Fracassos Diversos – Milan

Não havia, sob nenhuma hipótese, como achar que o Milan pudesse vencer o Manchester United em Old Trafford impondo seu jogo e fazendo-se valer de sua supremacia. O United é mais forte sob todos os aspectos e a derrota sonora e merecida por 4 a 0 deve encerrar de vez um ciclo que contém os senadores da vitória de 2003 sobre a Juve. Não que eles passam a ser descartáveis, mas se o Milan quer construir para o futuro, terá de remontar o time.

No jogo, não houve jogo. Bem marcado, Ronaldinho Gaúcho desaparece. Ele não é mais o jogador de 2005, o que não quer dizer que ele não tenha vaga na Seleção. Com um meio-campo mais forte e sólido, o United jantou um Milan que, sem Alexandre Pato é um time comum. É curioso imaginar que um time do tamanho do Milan possa depender de Pato, mas é um fato. Thiago Silva é um grande, mas sem Nesta, ainda não faz o salto de qualidade. Finalizando, o Milan não tem laterais.

No United, tudo é diferente. É um time na melhor acepção da palavra. Park, Fletcher e Scholes não são melhores que Ambrosini, Pirlo e Flamini, mas liquidaram a fatura num trabalho de equipe. Com dois meio-campistas no ataque (Nani e Valencia), o United provou que ser ofensivo não é sinônimo de atacantes a mais.

Leonardo não merece ser julgado pela maior goleada sofrida pelo Milan desde a derrota para o Deportivo La Coruña na LC 2004, mas acho difícil ele passar impune. Não há risco de demissão imediata, mas só um título (ou quase) salvaria seu cargo – ainda que a decisão seja injusta. Para repensar o Milan, servem goleiro, laterais, zagueiro, externos de meio-campo e um meia. Isso é o bastante ou não para dizer a situação do time?

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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