Comentando a seleção: Fàbregas

Há algumas semanas fiz um post sobre qual seria a seleção dos jogadores que eu compraria se tivesse muito dinheiro e um time, visando o futuro. Ou seja, sem buscar nenhum medalhão “incomprável”, exceções feitas às posições onde eu acho que não há disputa mesmo – Fàbregas e Daniel Alves.  Farei então o comentário sobre cada um começando pelo catalão.

Cesc Fàbregas entra na categoria dos “sem comparação” por uma razão simples. Apesar de eu achá-lo tão bom quanto os melhores do mundo (Kaká e Gerrard), ele ainda tem um valor dentro da realidade porque jamais venceu um título relevante. Sim, ele foi campeão europeu, mas como reserva.  Aliás, como um jogador com a sua qualidade pode ser reserva? No caso da Espanha, na Eurocopa, a fase de Xavi e Iniesta no Barça – entrosados – os garantia na seleção. Logo, Luis Aragonés precisava de um cão de guarda, que era Marcos Senna. E assim, ironia do destino, Marcos Senna passou de reserva do Corinthians a titular tendo como banco um dos melhores meias do mundo.

Chamar Fàbregas de “meia” é uma “meia” verdade. Sua melhor característica é justamente a visão de jogo e técnica que ele combina com um físico capaz de atuar como meio-campista central (não é o que se chama no Brasil de volante). O espanhol fazia uma dupla perfeita com Flamini porque o francês dava consistência e o espanhol técnica no meio-campo do Arsenal (uma prova disso foi o banho que os ‘Gunners’ deram no Milan na LC de dois anos atrás).

Se Kaká fosse recuado para jogar de segundo volante (ou meio-campista central no 4-4-2 em linha, como queiram), seria como o espanhol. O que não é certo é se o brasileiro teria a mesma capacidade de marcação de Cesc, que atua por ali há muito mais tempo. Na teoria, o catalão é o segundo homem do meio-campo, mas é ele o que mais dá assistências no time – e no campeonato: 15.  Além disso, mais 13 gols. Impressionante. Seria fácil a primeira contratação – junto com Daniel Alves.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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