A vitória do Milan sobre o Cagliari força uma reflexão sobre uma questão que as pessoas parecem ter esquecido na órbita da Seleção Brasileira. Discute-se muito sobre quem fica com a “quarta vaga” para o ataque do time de Dunga. Luis Fabiano, sabe-se, é titular absoluto – dado não contestado por quase todos. Adriano fica com a segunda vaga – está jogando bem, está no Flamengo e quer a Copa para conseguir outrro contrato na Europa e deixar a Internazionale com cara de trouxa por ter acreditado na presepada de “estou em depressão e vou parar de jogar futebol”. Robinho também teria lugar seguro, por serviços prestados – mesmo que esses serviços tenham sido prestados pouco depois que Moisés tenha lançado a praga dos gafanhotos sobre o Egito (e pouco antes de ele abrir o Mar Vermelho). E por fim, Nilmar, que é um coadjuvante no Villarreal, mas nas suas últimas participações na Seleção, também incontestavelmente tem resolvido.
“E o que o jogo do Milan tem a ver com isso?”. Tem tudo. O que se fará com Alexandre Pato? Ele fica de fora da Copa? Justamente o mais jovem, o mais técnico e o que está submetido à maior pressão – e se dando bem? Justamente o atacante que faria a melhor dupla com Luis Fabiano? E todo esse sacrifício para que Robinho, que teve um ano de ex-atleta, poder ir ao torneio por ser “chegado” de Dunga? Não levar um Ronaldo pesando trezentos quilos ou um Romário egoísta e além do ponto é aceitável para qualquer técnico, mas deixar Pato de fora é um absurdo. Pelo menos ESSE Pato de hoje.