Três observações sobre o comportamento…

…de determinados leitores (na verdade, não-leitores, uma vez que interpretam o texto de modo errado):

A primeira coisa é a falta de educação: o torcedor tem o direito de achar o que quiser. Por exemplo, o torcedor do Flu acredita na virada, mesmo que a matemática indique que as chances de evitar o descenso sejam de 2%. Mesmo com tal direito, o torcedor é uma pessoa como as outras e deveria ter vestígios de educação, claramente o que não é o caso de muitos.

A segunda coisa é a completa falta de domínio do português. Em grande parte dos casos, o mal educado prova que não recebeu mesmo educação (nem formal nem familiar) fazendo uso de uma gramática própria, primitiva. Não conhece as regras de uso de vírgula, pontuação e ortografia. Ao invés de reservar as suas limitações para si, se expõe escrevendo como um louco em todos os lugares que puder. Claro, há uma grande porcentagem desses que também se enquadram na categoria dos covardes, e assinam como “Paulista”, “Mengão”, “BH”, etc. Nesse caso a covardia se explica em parte pela limitação intelectual.

A terceira é a falta de noção das pessoas. se eu ou qualquer pessoa resolvesse achar que o campeão será o Fluminense serã campeão de 2009, seria um direito meu. Se algum estúpido acha que eu não tenho esse direito, que faça-me o grande favor de ler o site do seu clube ou aquele jornalista boçal que joga para a torcida. Democracia implica no respeito à opinião alheia. Opiniões contrárias e críticas não-agressivas são tão bem vindas quanto elogios. Ofensas burras, mal educadas, de pessoas que vivem uma frustração com a própria vida, um desencanto com a própria futilidade e fracasso e que travestem esse desgosto de “paixão pelo clube” merecem o descaso.

Cassiano Gobbet
Cassiano Gobbet é jornalista, formado pela Universidade de São Paulo e mestre em jornalismo digital pela Bournemouth University.
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