O jogo do Brasil em La Paz não traz quase nenuma novidade ou confirmação. Numa altitude ridícula, o rendimento do Brasil foi abaixo do possível. Somente Nilmar e Ramires tiveram uma apresentação que devem ter tirado de Dunga quaisquer dúvidas sobre os dois. Mesmo que Nilmar não seja um dos quatro melhores jogadores brasileiros na posição, é um dos que conseguiu menlhores rendimentos na Seleção. E isso deve pesar.
Dois debates que se fizeram ao redor dessa partida: o primeiro sobre Diego Souza e a pertinência de ele ganhar uma vaga. Se Dunga levá-lo, é porque quer. Apesar de fundamental para o Palmeiras e excelente para o nível do futebol brasileiro, Diego Souza não tem nem vestígios do futebol necessário para atuar na Seleção, especialmente dada a concorrência na posição. Sem dúvida que uma partida na Bolívia não pode dar o veredicto sobre um atleta, mas não consigo ver em Diego o talento de que tanto se fala.
O segundo é sobre a lateral esquerda. O ponto é que não há titular na posição, e embora André Santios não seja um jogador ruim, não limpa as chuteiras Do futebol de Fabio Aurelio no Liverpool. Marcelo, Gilberto, Kleber e outras criaturas que passaram pela lateral, essas então têm dificuldades até de ter vagas em seus times. Tirando essa posição, o grupo de Dunga está praticamente fechado.
A minha ideia é exatamente essa: sem o astro merengue, o melhor seria o Dunga adotar o 3-5-2. Vamos ver como as coisas vão evoluir daqui até junho do ano que vem. E o tempo, desta vez, corre contra o treinador.
Realmente Kaká possui características únicas. No entanto, o esquema da Seleção não tem se alterado tanto quando ele não joga.
Atualmente, Dunga escala o Brasil num 4-2-3-1, onde o madridista faz o meia central que fica atrás do atacante, enquanto Elano (Daniel Alves e Ramires) ocupa e direita e Robinho (Nilmar) a esquerda.
Quando Kaká não atua, pode notar que a função fica para Baptista. Foi assim na Copa América e em outras oportunidades. E embora o romanista não seja unanimidade nem em seu clube, sempre que foi solicitado jogou bem e quase sempre balançou as redes. Tenho certeza que isso conta bastante para Dunga.
Na minha opinião, o ponto é o seguinte: Kaká é unico e determina esquema. Não tem reserva no Brasil. Sem ele, se joga em outro esquema (por exemplo, 4-3-3 com Nilmar e Robinho abertos). Senão, não rola.
O Fabio Aurelio não é um craque, de longe, mas tem uma experiencia longa na Europa e jogando (nao tipo Sylvinho, que ficou cem anos e jogou 100 partidas). Ele pode ser uma excelente opção para compro o grupo, se nao for titular. O Michel é meia, quase ponta. Escalar ele seria o mesmo que convocar o Armero, do Palmeiras. Excelente no apoio, mas sem marcação. se o Brasil jogasse com três zagueiros, seria o ideal, mas é mais fácil o Dunga escalar na zaga o Robinho, Godzila e o Fonzie dos Muppets.
Também considero o Diego Souza um jogador mais ou menos. E espero poder ver logo o Fabio Aurélio em ação para confirmar essa evolução toda que tantos falam. Quando saiu daqui, era apenas um jogador de razoável para bom. Acho que ele está no mesmíssimo nível do resto. E vive contundido.
E o Kaká não tem reserva. Melhor pensar em um esquema com dois alas. Adriano (Sevilha) e M. Bastos seriam boas alternativas pela esquerda. E isso, acho eu, minimizaria o problema na lateral por esse setor.
Dunga ainda está em busca do reserva de Kaká. Para o treinador, Diego Souza e Júlio Baptista disputam a vaga hoje. Para mim, esta seria de outro Diego, o Ribas. Mas o ex-santista nunca justificou suas convocações plenamente.
Alguém ainda pode se lembrar de Ronaldinho, mas chamar o gaúcho hoje seria o mesmo que ofender o futebol.