Num verão europeu onde só se falou do Real Madrid e de sua megalomania frenética, pouca importância se deu ao Napoli, quarta maior torcida da Itália. Na minha opinião, o clube partenopeu fez o melhor mercado da Itália, de muito longe, superando fácil a Juventus de Diego e Felipe Melo. Até a distância da SuperInter – que já estava ok, e ficou só mais rica sem perder qualidade – diminuiu bem.
Vamos lá, nome a nome: o Napoli comprou aquele que é, para mim, o melhor goleiro italiano depois de Buffon, Morgan De Sanctis (que coincidentemente sempre foi banco de Buffon nas seleções de base e principal e na Juve). De Sanctis estava bloqueado no Sevilla por um Palop que não é melhor goleiro, mas é um dos líderes do grupo andaluzo. O arqueiro é tecnicamente muito bom, experiente e cairia como uma luva, por exemplo, num Milan onde os quatro goleiros juntos (Dida, Abbiati, Storari e Kalac) não valem um De Sanctis.
Para a defesa, o técnico Roberto Donadoni terá Campagnaro, que foi o defensor mais consistente dos últimos anos na Sampdoria. Ele é um lateral de origem, mas joga como zagueiro, especialmente no 3-5-2. Além dele, o colombiano Zuñiga é outro que certamente agregará ao grupo.
O meio-campista Cigarini fará, fácil, uma das melhores duplas de medianos da Itália com o eslovaco Hamsik, melhor meio-campista da última temporada. Cigarini é um jogador de estilo tipicamente italiano, um “playmaker” baixo, que joga recuado, ajudando na marcação e iniciando a manobra.
O ataque napolitano, que já tinha o ótimo – e irascível Lavezzi – terá um dueto capaz de fazer frente ao interista, com a chegada de Fabio Quagliarella. Donadoni deve adotar o 3-5-2 como tática e a única lacuna ainda é a faixa esquerda, onde Maggio não me parece à altura. O austríaco Hoffer, um atacante, é uma incógnita. A luta pelo título é entre Juve e Inter (com a última em vantagem), mas a luta pelas outras duas vagas da Liga dos Campeões será a mais acirrada dos últimos anos, com Napoli, Fiorentina e Genoa afiando as navalhas para destronar Roma e Milan, que estão visivelmente mais fracas.