Real Madrid 2014/2015: galácticos reluzentes como nunca

Na semana passada o Real Madrid bateu o Sevilla, pela Supercopa da UEFA, por 2×0 na última terça 12/08. O técnico Carlo Ancelotti mandou a campo na disposição inicial todo talento que tinha disponível no plantel. A imprensa futebolística brasileira “arregalou” os olhos diante do meio-campo que tinha a dupla Modrić/Kroos a frente da defesa e uma linha de meias ofensivos com Bale/James/Ronaldo.

O Real Madrid de Ancelotti segue se desenhando em 4-2-3-1. O elenco tem peças de reposição que de fato não deixam a qualidade cair. James Rodriguez não pode nem deve ser visto como titular absoluto e sua presença deve se revezar com a participação de Angel Di Maria, cujas noticias de suposta saída até agora, mostraram-se não mais que rumores.

O colombiano pode atuar mais centralizado, algo que Di Maria não faz, sendo o argentino um eficiente atacante de lado de campo. Os poucos 23 anos de James dão a entender que ele deva explodir em duas ou três temporadas.

Possibilidade de 4-3-1-2.

Em se tratando de Ancelotti não é absurdo imaginarmos um Real Madrid em 4-3-1-2, como era o Milan dele, Carletto entre 2002 e 2007. As peças disponíveis no elenco blanco possibilitam esse desenho tático. Na possibilidade do time precisar segurar um resultado, Xabi Alonso (ou Khedira, caso este não saia) pode ficar como interditor fixo a frente da defesa.

74311_20140524185804Ancelotti (Foto: AFP – Miguel Riopa)

A posição deste volante de contenção pode flutuar para os lados também, conforme a necessidade. O que dá espaço para Modrić ou Kroos se posicionarem como low playmakers. Era o que Ancelotti fazia quando forjou o vitorioso meio-campo rossonero bi-campeão da CL em 2002/2003 e 2006/2007, com Gattuso, Pirlo e Seedorf. Gattuso podia ser o volante fixo, ou ser um volante de saída em velocidade pelo lado direito. Sim, aquele Gattuso que Florentino Pérez esnobou publicamente cerca de dez anos atrás, afirmando que só o contrataria se fosse para “carregar camisas” no vestiário.

Para termos um Real Madrid em 4-3-1-2 James Rodriguez é fundamental, pois ele faria a função do “trequartista” ou o “1”, homem de ligação com o ataque. Função que no Milan de Ancelotti, cabia a Rui Costa e pouco depois a Kaká. A frente Cristiano Ronaldo pode se aproximar de Benzema como segundo atacante. Di Maria é uma invejável peça sobressalente.

O mais importante é perceber que Florentino Pérez não dá sinais de que começará a fazer o que vez em sua primeira gestão, após o ciclo vitorioso do Real Madrid, que culminou com a conquista da CL 2001/2002. Ou seja, até agora ele não se desfez de Pepe, nem de Sergio Ramos, nem de Fabio Coentrão. Ao contrário daquela época em que Pérez se livrou de Makelele e Cambiasso por eles não venderem tantas camisas quanto Zidane, Figo e Beckham.

A decadência da “I era galáctica” começou com o desprezo de Pérez por volantes, marcadores e defensores. A política dos “Zidanes e Pavones” parece definitivamente esquecida pelo presidente galáctico e enquanto essa postura seguir obscurecida, o Real Madrid seguirá competitivo.

Os blancos enfrentam o Atlético de Madrid amanhã, pela partida de ida da Supercopa da Espanha.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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