Espanha na final da Copa das Confederações

A Itália de Prandelli foi capaz de propor um ferrolho, que sim, impediu o ataque espanhol de ser efetivo, na partida da semifinal da Copa das Confederações, decidida nos pênaltis. Fernando Torres, longe de ser aquele do período 2006-2008, está num momento regular.

Teve oportunidades de chutes a gol, mas ficou encaixotado no posicionamento com três defensores, colocado em campo por Prandelli. O jogo era pelos lados, e os meias que ocupavam a área central do campo, rapidamente se projetaram, sobretudo, Xavi Hernandez.

Como bem observou o editor deste blog, na véspera da partida, Prandelli optaria por uma linha de três defensores onde um deles, já teria jogado como lateral, e foi o que aconteceu com a disposição Bonucci/Barzagli/Chiellini, o miolo de zaga da Juventus.

Chiellini é o defensor que já foi lateral. Maggio por não ser tão bom marcador, foi um ala direito pleno com De Rossi, fazendo as vezes de interditor e/ou quarto homem da linha defensiva em eventuais contra-ataques. Este é o mesmo Prandelli que deslocou De Rossi para zaga, no primeiro ou segundo jogo da fase de grupos da última EURO, em que a azzurra foi vice-campeã. Porém, faltou competência ofensiva pois Gilardino dificilmente supriria a lacuna de Balotelli a contento.

Em termos físicos a Espanha sobrou. Todos os times que jogaram contra o Taiti, utilizaram os reservas. Praticamente fizeram um jogo a menos. Hoje apenas Espanha e Alemanha possuem 5, 6 atletas aptos a serem titulares em 4 posições ofensivas, sem perder a qualidade.

Nesta semifinal contra a Itália, Del Bosque poupou Fàbregas, Villa e Soldado, sendo que os dois últimos foram também jocosamente poupados de uma noitada, diga-se de passagem. Vale lembrar que David Silva saiu no inicio do segundo tempo. Aos 33 anos Xavi sobrava em termos de vigor físico, projetou-se ao campo ofensivo e durante a prorrogação parecia correr como num treino de aspirantes.

Fisicamente muito mais inteiro do que Andrea Pirlo, um ano mais velho, mas que ainda assim, aos 20 min da prorrogação, tinha a camisa elegantemente para dentro do calção, que ainda não se via sujo. Os campos brasileiros não tiveram Zidane, mas tiveram Xavi e Pirlo.

Contra o Brasil a Espanha possivelmente não mudará o desenho tático, 4-2-3-1. Soldado ou Torres ficarão trombando com o zagueiros brasileiros. O ponto vulnerável do, sim, forte sistema defensivo de Felipão, são as costas de Marcelo.

Pedro, Mata ou Jesus Navas podem ser um dos três homens de meio-campo ofensivos, pelo lado direito, exatamente onde Marcelo deixa espaços. David Villa também pode ser o homem referência, sendo que o mesmo costuma atacar pela faixa direita do ataque do Barcelona.

Domingo, o Brasil não enfrentará um adversário de joguinho de Copa América, o Brasil enfrentará a melhor seleção do mundo, que conta com 6 ou 7 jogadores do Barcelona…alea jacta est!

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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