Amistosos Internacionais 06/02/2013: no retorno de R10, a ressurreição de Julio Cesar

Inglaterra 2×1 Brasil aconteceu em Wembley (Londres/Inglaterra). Apesar da derrota a seleção de Felipão não protagonizou uma catastrofe diante do English Team. Na volta de Ronaldinho Gaúcho a seleção quem pareceu estar querendo assegurar vaga com a oportunidade foi o goleiro Julio Cesar.

JC mostrava-se literalmente em casa e por atuar na Premier League pelo Queens Park Rangers sabia bem o que esperar. Ainda no começo do primeiro tempo numa bola duvidosa que resvalou o braço de um defensor britanico, o arbitro anotou penalti. R10 se apresentou para a cobrança e bateu mal onde se sobressaiu o bom goleiro Joe Hart do Manchester City.

Nitidamente em inicio de temporada, R10 pouco fez mostrando-se perdido em meio a marcação britânica. Ainda no primeiro tempo, Rooney entrando pelo meio da área bateu com sua categoria habitual após lance pela direita do ataque inglês em que Julio Cesar se obrigou a sair nos pés do adversário, deixando o gol aberto.

A Inglaterra fazia 1×0 num jogo que se mostrava cadenciado. Do meio de campo para frente o Brasil sofria com a falta de habito de Neymar em livrar-se de marcadores europeus. Oscar com pouco mais de seis meses de Europa ainda não se vê pronto e Luis Fabiano via-se isolado sem ser municiado.

O English Team se mostrava numa disposição futebolística contemporânea, sem centroavante fixo ou com Rooney dispondo-se como ‘falso centroavante’ se preferirem. Welbeck abria jogo pela esquerda e Walcott pela direita nas costas de Adriano. No inicio do segundo tempo, saem R10 e Luis Fabiano para as entradas de Lucas e Fred; duas dentre as seis substituições feitas por Felipão.

Nos primeiros dez minutos, Fred marca o gol de empate em lance de oportunismo, Inglaterra 1×1 Brasil. A vitória britânica vem pouco depois após falha de Arouca (que veio no lugar de Paulinho) desarmando uma bola que acaba nos pés de Frank Lampard que chuta quase que na marca do pênalti para fazer 2×1 English Team.

Foi melhor uma derrota pois muito confete já pode estar sendo atirado em direção a Fred, o mesmo que integrou o grupo vexatório perdedor de pênaltis na última Copa América. O Brasil segue sem um camisa 9 world class que não é demérito pois outras seleções mundiais sofrem do mesmo problema.

Pesou também a falta de habito de Dante e Arouca com partidas deste porte, algo que o tempo pode conceder. Julio Cesar, goleiro da Internazionale vencedora da tríplice coroa em 2010 parece um nome cabível para a posição; restando apenas a necessidade de observa-lo com um sistema defensivo que traga Thiago Silva, hoje ausente.

A linha defensiva brasileira teve Daniel Alves, David Luiz, o estreante Dante e Adriano. O tipo de jogo proposto por Felipão carece de um volante fixo protegendo a cabeça de área, algo que faltou sobretudo no lance do primeiro gol inglês. Nem Paulinho nem Ramires tem essa característica.

O English Team mostrou praticamente a mesma base da EURO 2012 com Steven Gerrard em grande apresentação orquestrando a maioria dos lances de ataque britânico. O capitão do Liverpool posta-se como um lowplaymaker tipico mostrando-se em grande momento.

Como escrevi na época da última EURO, Welbeck e Walcott respectivamente mal chegam a 25 anos e mesmo sem serem absurdamente geniais atuam como veteranos de English Team. De forma discreta, eficiente e disciplinada, sobretudo o segundo.

Walcott tem disposição íisica suficiente para puxar contra-ataques em velocidade e compor o meio de campo numa postura defensiva. Guardadas as devidas proporções, Walcott pelo lado direito é para Roy Hodgson o que Jorge Henrique é para Tite e Osvaldo é para Ney Franco. A diferença é que os citados brasileiros fazem a mesma função pelo lado esquerdo.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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