PSG: sem graça como um garoto mimado

A disputa era simplesmente pelo primeiro lugar no grupo A pois PSG e Porto já se viam classificados. No entanto este que vos escreve ainda não tinha visto um jogo dos franceses após os investimentos em petrodólares árabes do inicio desta temporada.

Na última terça feira o PSG venceu mas ainda não convence como muito tem se falado nos últimos meses. O time comandado por Carlo Ancelotti teve dificuldade sobretudo porque a equipe portista se apresentou de forma organizada e lúcida mesmo sem grande brilho.

O PSG se apresentou com Sirigu, Van Der Wiel, Alex, T. Silva e Maxwell. Chantome, Matuidi, Pastore, Lavezzi, Ibrahimović e Menez. Ancelotti é criticado e rumores em Paris já ligam o nome de José Mourinho ao PSG. No entanto, ainda que conservador, Ancelotti talvez mereça um crédito mínimo por arrumar espaço para Lavezzi e Pastore atuarem juntos.

Não desperdiça os talentos no banco. Porém, a dupla fez fama na Itália por Napoli e Palermo respectivamente exatamente por atuarem mais próximos a área. Menez parece o atleta que mais se movimenta no ataque e busca jogo.

Ibrahimović, porém fica isolado sem o abastecimento de um meia característico que poderia ser Nenê, relegado ao banco de reservas mesmo sendo efetivo quando em campo, e ídolo da torcida.

Vencendo no sufoco.

O time de Paris obteve os gols em lances de bola parada (o primeiro em bola alçada na área por Maxwell para o gol de cabeça de T. Silva) e no desempate numa falha do goleiro Helton, já no segundo tempo, em bola chutada por Lavezzi. O PSG comporta-se como um time italiano conservador típico, não joga um futebol vistoso.

No fim do segundo tempo, sem Lavezzi o time se portou melhor, com Nenê e Verrati (que também veio a campo na segunda etapa), ambos com características de meias clássicos. Nenê mais a frente e Verrati ainda jovem e já tido enquanto ‘o próximo Pirlo’. Pastore passa a atuar de forma mais livre flutuando entre meio campo e ataque pelo lado esquerdo. Com Lavezzi e Pastore, ambos se revezam pelos lados externos do campo.

Com Maxwell avançando pela esquerda o time de Ancelotti pode se desenhar num 3-5-2 sem meias nem muita imaginação. Não fosse pelo miolo de zaga seguro, o PSG seria um time comum, mesmo tendo tantos talentos. A pergunta que fica é: o que Ancelotti fará com Lucas e talvez com um Pato que pode deixar Milanello e sempre é elogiado pelo ex-técnico do Milan.

O elenco do PSG se vê povoado por atacantes leves e rápidos e poucas opções de meias que centralizem o jogo. Com a fase atual de Ibrahimović, hoje não é insanidade nenhuma montar um time em função dele, algo que aliás, Massimiliano Allegri fazia nos últimos dias de Ibrah no Milan. Mesmo com a entrega de Menez em campo, talvez fosse mais interessante ter Ibrah aberto como segundo atacante pela esquerda, Nenê centralizado e Lavezzi fixo na área.

O Porto merece a vaga para o mata-mata valendo-se da dupla colombiana James Rodriguez e Jackson Martinez (que fez o gol de empate ainda no primeiro tempo). Ambos atuam pelas extremidades de forma veloz e incisiva.

O Porto se desenha em 4-3-3 podendo fechar em 4-5-1 sem a posse de bola. O meio de campo é apresenta alguma qualidade com João Moutinho e o ídolo Lucho Gonzalez. O time sentiu psicologicamente o gol de desempate do PSG, devido a falha do goleiro Helton, também um atleta importante. Placar final, PSG 2×1 FC Porto

Classificação do grupo A: avançam ao mata-mata da CL, PSG e Porto.

Alexandre Kazuo
Alexandre Kazuo é blogueiro de futebol há mais de 10 anos. Ex-colaborador do Trivela (2006-2010) e ex-blogueiro do ESPN FC Brasil (Lyon). É mestre em filosofia contemporânea e também procura por cultura pop, punk/rock/metal. Twitter - @Immortal_Kazuo
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